Quantos analfabetos ainda existem no Brasil atual

Publicado em 18/05/2024 as 20:46

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (17) novos dados do Censo Demográfico 2022 sobre alfabetização e analfabetismo no Brasil. Em termos gerais, os números são positivos pois indicam um viés de alta na taxa de alfabetização dos brasileiros que têm pelo menos 15 anos.

Segundo o levantamento 93% da população é considerada alfabetizada e esse é o maior índice desde 1940, quando começou a série histórica. A avaliação é baseada na leitura e redação de um bilhete simples e os dados correspondem ao Censo de 2022 e foram coletados à época. No último Censo, em 2010, a taxa estava em 90,4%.

De acordo com o IBGE a população brasileira está em 203 milhões de habitantes. Desses, 163 milhões têm 15 anos ou mais. Fazendo as contas, ou seja, calculando 7% desses 163 milhões, ainda temos cerca de 11,5 milhões de adolescentes e adultos não alfabetizados ou analfabetos.

Homens e idosos são os menos alfabetizados
A pesquisa também apresentou alguns recortes que mapeiam o analfabetismo. Em recorte etário, brasileiros com 65 anos ou mais são os mais atingidos: 20,3%. É muita gente, um em cada cinco idosos.


A menor taxa de analfabetismo está em jovens de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos: 1,5 %. Dos 25 aos 39 anos o índice seguiu abaixo dos 3% disparando nas categorias seguintes. 5% entre 40 e 44 anos; 7% entre 45 e 49; 8,8% entre 50 e 54 anos; 10,7% entre 55 e 59 anos; e 12,4% entre 60 e 64.

Já no recorte de gênero as mulheres apresentam uma leve vantagem sobre os homens em números gerais. A taxa de alfabetização feminina está em 93,5% (e a de analfabetismo em 6,5%). É meio ponto percentual acima da média geral.

Cruzando com os dados de faixa etária, as mulheres são mais alfabetizadas em todas as idades, menos as idosas acima de 65 anos. Nessa faixa etária, são 79,6% de mulheres alfabetizadas. Entre os homens são 79,9%.

Mas para além das dificuldades de acesso à educação que os idosos – e especialmente as mulheres mais velhas – enfrentaram ao longo da vida, o IBGE também mostrou recortes regionais e raciais.

A população negra acima de 15 anos registrou um índice de analfabetismo de 10,1% - 3 pontos percentuais acima da média geral. Mas apesar das dificuldades em acessar educação, as coisas parecem ir melhorando a passos lentos. Em 2010 esse mesmo índice estava em quase 15%.

Entre pardos, o analfabetismo está em 8,8% contra 13% de 2010. Os indígenas, entretanto, são os mais atingidos pelo analfabetismo: 16,1%.

Alfabetização/Analfabetismo por Região
Sul – 96,6%/3,7%
Sudeste – 96,1%/3,9%
Centro-Oeste – 94,9%/5,1%
Norte – 91,8%/8,2%
Nordeste – 85,8%/14,2%