E tá!

Publicado em 06/04/2024 as 13:14

Sergipe está que tá, as máscaras estão caindo na política, e os políticos estão cada vez mais expostos na terra dos Cajueiros e Papagaios. Eu, aqui do meu canto nas terras mineiras, observo tudo atentamente e, claro, comento sobre tudo. O que mais me espanta é a inteligência, ou a falta dela, de muitos políticos, que deveriam possuir uma capacidade cognitiva brilhante, já que conseguem persuadir um punhado de eleitores a votarem neles, enquanto muitos se apaixonam e outros tantos os odeiam.

Vi surgir uma candidatura que muitos conterrâneos afirmavam ser falsa, ou uma candidatura para dar apoio político ao seu pai, o articulado André Moura. Isso faz sentido, pois André nunca teve uma base eleitoral em Aracaju, e os aracajuanos, em sua maioria de esquerda, não votariam em um candidato representante de uma direita retrógrada e altamente astuta.

Por outro lado, acompanhei o desenvolvimento da Deputada Federal Yadra com bons olhos, pois o projeto de uma jovem tentando mudar a história me parecia muito inteligente. Ela começou visitando os bairros, criou um programa de TV que valorizava a cultura, o esporte e o empreendedorismo das pessoas simples. Imaginava que, com todo esse trabalho, não seria apenas uma proposta para beneficiar o pai em suas candidaturas futuras, pois estava ganhando corpo e a jovem estava se tornando conhecida.

Imaginei ainda mais que seria uma candidatura jovem e que escolheriam outro jovem para compor a chapa. Cheguei até a pensar que Fabiano Oliveira seria esse nome, pois sem dúvida alguma, é o pré-candidato mais conhecido na cidade. No entanto, o que parece se desenhar é ter como vice o ex-governador Belivaldo Chagas, com mais de 70% de rejeição, que nem mesmo em sua cidade natal conseguiu se impor como candidato ou indicar um.

Quem ganha com essa suposta experiência desse 'galeguinho', como ele gosta de ser chamado? Pelo que entendi, só ele, pois quer sua filha como Deputada Federal no lugar da jovem Yadra, já que emplacou seu genro no Tribunal de Contas. Mas e a jovem, o que ganha? Um fardo quase morto para carregar. Ela não merece isso.

Além disso, há uma confusão na escolha dos outros candidatos. O PT, com a pressão do Senador Rogério para colocar sua esposa como pré-candidata, escolhe uma pessoa sem nenhuma expressão política e muito menos identificada com o PT, um tremendo ato de coronelismo feudal. A Vereadora Emília vem se perdendo e realizando atos que lembram apenas a Boneca do Sítio do Pica-Pau-Amarelo, se juntando primeiro com o Pato, agora com os Amorins e Bolsonaro. Não sei onde ela pretende se firmar na direita fascista e cheia de processos, jogando sua história de defensora e vereadora atuante no lixo da história.

Edvaldo Nogueira, por sua vez, sempre erra o passo da história, mas com muita sorte consegue se recuperar, afinal, ele é um bom gestor. No entanto, escolher um candidato tão pesado e sem carisma, e ainda sem nenhum serviço prestado à cidade, a não ser os eventos e esquemas do seu irmão e todos os problemas herdados da Petrobras, é um erro. Edvaldo errou em não se candidatar a governador e agora está sofrendo as consequências, só resta apoar o governador ou ter Fabiano como candidato. As delegadas estão envolvidas em muitas confusões políticas, duas grandes mulheres que parecem estar sendo engolidas pelo chefe, um menino aconselhado pelo pai e um ás nas negociações, até mesmo para se livrar de secretários incômodos, constrói até pré-candidaturas para sair bem na fita e nas redes sociais. Enquanto isso, o candidato mais bem preparado para qualquer mandato fica na espera, apenas observando de Atalaia, recolhido em sua educação e estratégia, aguardando uma brecha para colocar seu nome, como sempre fez.

Ontem fecharam-se as janelas e agora não se pode mais mudar de partido, mas se conheço bem minha terrinha, tudo pode mudar no castelo de Abrantes. Fusões, invenções, negociações, incorporações e aquisições ainda podem acontecer. Fico aqui na torcida para que esses personagens, em algum momento, pensem no povo. Coisa rara nos tempos de hoje.

* Miguel Lins, professor.