Gagueira não é brincadeira, destaca fonoaudióloga

Publicado em 22/10/2020 as 11:47

Quem convive com a gagueira está sempre convivendo também com a falta de compreensão da sociedade quanto ao problema. Entre preconceito e brincadeiras, as pessoas enfrentam as dificuldades de não conseguir se expressar como é exigido.

O dia 22 de outubro é o Dia Internacional de Atenção à Gagueira (DIAG). O servidor da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) Laertte Tavares de Almeida, contou que já teve problemas até mesmo para encontrar uma vaga de emprego.

“Uma das maiores dificuldades que enfrentei antes de assumir um cargo público era a de demonstrar quem eu era através da fala em seleções de emprego. Vivemos no mundo em que uma boa comunicação é fundamental, e você não conseguir ser fluente acaba dificultando o processo de você ser compreendido por quem te avalia. Já aconteceu de nem ter direito a finalizar uma entrevista de emprego. Ser finalizada no meio mesmo”, falou.

Além disso, ele lembrou que a gagueira é utilizada como piada em muitos lugares. Laertte lembrou que o assunto aparece na mídia apenas quando a cena é cômica nas novelas, teatro e cinema.

“No dia a dia em sociedade, a gente sempre percebe o “ar de riso” e pouco respeito a condição da pessoa com gagueira. São bem pontuais os momentos de seriedade sobre o tema. A pessoa com gagueira às vezes até entra na “brincadeira” como forma de defesa”, acrescentou.

Ele disse que após os 13 anos de idade, não há mais a possibilidade de cura, mas somente de um controle maior sobre a condição. “E nesse período até os 13 anos, tratei-me com fonoaudiólogos que não eram especialistas em gagueira, o que faz total diferença na abordagem do problema”.

A coordenadora do Comitê de Fluência do Departamento de Linguagem da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) e diretora educacional assistente do Instituto Brasileiro de Fluência (IBF)., Débora Vasconcelos Correia, explicou que as reações da sociedade diante de uma gagueira se transformam em complicação no tratamento. Elas dificultam a melhoria durante o tratamento e também nas relações interpessoais.

*Alese