Mauro Paulino, ex-Datafolha e agora na GloboNews, fala sobre erro das pesquisas

Publicado em 04/10/2022 as 09:22

O comentarista de política da GloboNews Mauro Paulino, contratado especialmente para o período eleitoral deste ano e que já foi diretor do Datafolha, tentou, ainda no fim da noite de domingo (2), explicar os erros e imprecisões gritantes das pesquisas de intenção de voto que, por todo país, apontaram resultados bem diferentes da realidade mostrada na urna.

Paulino, que é sociólogo por formação e trabalha no setor de sondagens há muito tempo, também fez um mea culpa e falou sobre o que pensa que deveria ser feito por parte desses pesquisadores, que agora estão sob escrutínio.

"Temos que relativizar os resultados das pesquisas e os institutos precisam rever suas metodologias... Elas não foram capazes de captar a força da direita no Brasil precisam buscar outras fontes de informação", afirmou o comentarista do Central das Eleições, do canal a cabo de notícias da Globo.

Os perfis e recortes da sociedade, segundo os dados oficiais do Censo do IBGE, também precisariam ser revistos, para Paulino, o que reorientaria os grupos ouvidos nessas pesquisas, trazendo um retrato mais próximo da realidade de composição da população, por diversos vieses. A desinformação também foi citada pelo ex-diretor do Datafolha, que apenas cogitou como hipótese a interferência de mensagens de teor falso que circulam pelo WhatsApp, por exemplo.

Paulino lembrou que esteve à frente do Datafolha no pleito de 2018 e que naquele momento também houve uma imprecisão nos dados captados pelos levantamentos da empresa, que pela segunda vez captou de forma subestimada o poder eleitoral do bolsonarismo.

As pesquisas eleitorais divulgadas antes do primeiro turno das eleições deste ano, que ocorreram ontem (2), sejam elas realizadas por métodos que envolvem entrevistas presenciais ou por meios eletrônicos, em vias gerais, captaram bem apenas as intenções de voto do ex-presidente Lula (PT), que encerrou a primeira fase da disputa com 48,43% dos votos. No caso de Jair Bolsonaro (PL) e de vários candidatos aos governos estaduais e ao Senado, os números destoraram fortemente daquilo que era previsto.

*REVISTA FÓRUM