PSL promete continuar campanha do pacote anticrime na internet

Publicado em 09/10/2019 as 07:53

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou nesta terça-feira (8) a suspensão da campanha publicitária do pacote anticrime de Moro. Como sugeriu a oposição, o TCU entendeu que a decisão do governo federal de investir R$ 10 milhões em anúncios sobre um projeto de lei que ainda pode ser alterado pelo Congresso não atende os requisitos exigidos de uma propaganda governamental, como o caráter educativo, informativo e de orientação social. Parlamentares do PSL, contudo, prometem resistir a essa decisão. A ideia é continuar divulgando os vídeos da campanha nas redes sociais.


"Eu fiz campanha de graça. Eu vim de graça. Então, presidente Bolsonaro e ministro Sergio Moro, nós faremos suas campanha de graça. Toda a campanha do pacote anticrime do ministro Sergio Moro está nas nossas redes sociais. Espero que vocês compartilhem o máximo que puderem", anunciou a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) durante a sessão do Congresso desta terça-feira (8).


Antes disso, Soraya Thronicke já havia compartilhado um dos vídeos que o governo confeccionou para divulgar as propostas do pacote anticrime no Twitter com a seguinte mensagem: "Ajude o ministro Sergio Moro a combater o crime organizado!". Outros parlamentares do PSL também reproduziram os vídeos. "A pedido da oposição, Ministro do TCU manda suspender a campanha do Governo Federal a favor do Pacote Anticrime. Vamos divulgar?", escreveu o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ). "Vamos continuar a campanha do pacote anticrime pelas redes. O povo não aguenta mais tanta campanha pró crime nesse país", acrescentou a deputada Bia Kicis (PSL-DF). A campanha foi compartilhada por milhares de internautas e fez a #EuApoioPacoteAntiCrime dicar entre os trend topics do Twitter na noite desta terça-feira.

O vídeo divulgado pelos parlamentares defende o fim do benefício das saídas temporárias para os condenados por crimes hediondos, a chamada "saidinha" - dispositivo que foi confirmado nesta terça-feira como um dos itens do pacote anticrime de Moro pelo grupo de trabalho que analisa a matéria na Câmara. O vídeo argumenta que, "quando a lei não é rigorosa, quem é punido é a vítima". "É hora de ter um sistema mais ágil para combater os crimes violentos, o crime organizado e a corrupção. Pacote anticrime, a lei tem que estar acima da impunidade", conclui o anúncio.

Antes da decisão do TCU, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sergio Moro também vinham compartilhando os vídeos da campanha nas redes sociais. Nesta terça, contudo, eles não postaram nada sobre o assunto. No sábado (5), já havia Bolsonaro dito, por sua vez, que se fosse notificado pelo TCU teria que tirar a campanha do pacote anticrime do ar.

*Congresso em Foco