Um emaranhado de fitas verde-amarelas recebe o público que chega a Galeria J. Inácio. Frases com letras de música, frases de ordem provocam o imaginário.  Num primeiro momento, a exposição “Clava Forte”, do artista visual Alan Adi, chama a atenção pelas suas cores fortes, pelas instalações interativas e alegres, mas no instante seguinte, suas sutilidades conduzem o visitante a um percurso crítico sobre política, censura e o caos que vive o país no momento atual.

“A exposição propõem um diálogo sobre este desencorajamento que tem acontecido e que passam por limites como o da censura. Esse tema acaba remetendo muito a determinado momentos históricos, mas eu tentei mostrar também essa discussão no momento atual buscando elementos que pudessem passar tanto pelo cenário político, quanto por temas mais banais quanto o amor”, afirmou o artista.

Esta é a sexta e última exposição do edital de ocupação de 2017 da Galeria, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A mostra é composta por instalações, vídeos, fotografias e esculturas. “Acho a politica de ocupação da Galeria super importante, pois esses editais nos conduzem a construir novos trabalhos. O edital, mais do que o financiamento dos trabalhos, ele incentiva que nossas ideias se fortaleçam, porque nos fazem por a ideia no papel, construindo um projeto de fato”, acrescentou Alan Adi.

Na abertura da exposição o superintendente executivo da Secult, Irieu Fontes, falou sobre o sucesso de mais um ano do Edital de Ocupação da Galeria. “A satisfação de termos artistas consagrados participando do edital, assim como artistas jovens que estão iniciando, demostra que estamos no caminho certo. Nossa intensão é democratizar os espaços com transparência, abrigando os projeto dos artistas, e não só os da Secretaria, o que contribui para uma construção coletiva. Com certeza os editais estão melhorando a cada edição, atraindo ainda mais participantes e público”, ressaltou.

A professora Maíra Magno, que já conhecia o trabalho do artista, disse ter gostado muito da exposição. “Logo que entrei, lendo o nome da exposição e conversando com Alan, entendi que a mostra se referia a nosso momento político atual e achei fantástico. Ele escolheu matérias que se referem bem ao conceito da exposição em relação ao momento precário que a política brasileira vive”, ressaltou.

Clava Forte é uma ferramenta de madeira que usada em batalhas pelos indígenas. O título da exposição remete a um trecho do Hino Nacional, que traz um sentido combativo daqueles que são ameaçados pela injustiça. A mostra segue aberta ao público até o dia 15 de dezembro, com visitas das 8 às 17 horas. A Galeria J. Inácio fica em anexo à Biblioteca Pública Epifânio Dória, localizada na Rua Dr. Leonardo Leite, s/n, Bairro 13 de Julho, Aracaju – SE. Grupos e escolas interessados em visitar a exposição podem entrar em contato pelo telefone (79) 3179 – 1969.