Daniel Alves: defesa do jogador deposita R$ 5,4 milhões de fiança e atleta deve deixar a cadeia

Publicado em 25/03/2024 as 14:04

A defesa do jogador Daniel Alves, ex-lateral da seleção brasileira, depositou nesta segunda-feira (25) o valor de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) referente à fiança estipulada pela justiça espanhola. Dessa maneira, o atleta deve deixar a prisão em Barcelona a qualquer momento e aguardar em liberdade o julgamento dos recursos do caso. As informações são do jornal La Vanguardia.

Daniel Alves está preso desde janeiro de 2023, após ser acusado de estuprar uma jovem em uma boate. Posteriormente, o atleta foi julgado e condenado a quatro anos de prisão pelo crime de estupro.

O Ministério Público de Barcelona entrou com pedido para que a Justiça revogue a liberdade provisória concedida ao ex-jogador da seleção brasileira. Os promotores alegam que Daniel Alves pode fugir da Espanha para não cumprir a pena.

No entanto, a Justiça espanhola rejeitou o pedido dos promotores e afirmou que não existe risco de fuga e nem a possibilidade de Daniel Alves voltar a repetir o crime.

Após deixar a cadeia, Daniel Alves terá de se apresentar ao tribunal semanalmente e quando sua presença for solicitada. Além disso, o atleta tem de ficar a pelo menos 1 km de distância da vítima.

Daniel Alves foi condenado em 1ª instância a quatro anos e seis meses pelo crime de estupro contra uma mulher em uma boate em Barcelona, em 2022.

O caso Daniel Alves

Em um dos casos mais emblemáticos dos últimos anos, o jogador brasileiro Daniel Alves finalmente recebeu sua sentença. Ele foi condenado a quatro anos e meio de prisão por ter estuprado uma mulher de 23 anos, em dezembro de 2022, em uma casa noturna de Barcelona, na Espanha.

O anuncio foi feito na manhã desta quinta-feira, 21.

A sentença foi dada pela juíza Isabel Delgado na 21ª Seção de Audiência de Barcelona. O jogador terá uma pena de liberdade supervisionada de cinco anos, que será cumprida após o término da pena. Além disso, ele também terá que cumprir nove anos de afastamento da vítima, à qual ele deve pagar uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil). O ex-jogador também deve pagar as custas do processo.

A decisão foi tomada por um colegiado composto por três magistrados. A pena foi menor do que a pedida pelo Ministério Público e pela defesa da vítima, que exigiam prisão de 9 e 12 anos de detenção, respectivamente.

O jogador foi enquadrado na lei “só sim é sim”, aprovada em 2022 com o intuito de proteger mulheres de abusos sexuais.

Depoimento e nova versão
Daniel prestou depoimento no dia 7 de fevereiro, durante o terceiro e último dia do julgamento, no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

O jogador chorou em seu depoimento e contou que estava muito bêbado no dia do suposto estupro. “Pedimos cinco (garrafas) de vinho, um uísque e um saquê. (Tomei) mais ou menos uma e meia ou duas garrafas de vinho, e um copo de uísque”, declarou o jogador.

O brasileiro mudou seu depoimento pela quinta vez e, desta vez, alegou abuso de bebidas alcoólicas no dia em que o crime teria acontecido. Na Espanha, o consumo exagerado de álcool é atenuante que pode reduzir a pena do crime até pela metade.

Depois disso, Daniel negou que tenha forçado a denunciante a praticar relações sexuais. “Ela estava na minha frente e começamos a relação. Lembro que ela sentou em mim. Não sou um homem violento. Não a forcei a praticar sexo oral”, disse o jogador.