Observatório solar: indígenas no Amapá teriam conhecimentos astronômicos há mais de mil anos

Publicado em 24/06/2024 as 13:36

No norte da Amazônia, a 360 km da capital Macapá, um enigma milenar desafia a mente dos estudiosos: os monumentos megalíticos de Calçoene. Há duas décadas, arqueólogos se dedicam a desvendar os mistérios por trás dessas estruturas de pedra. A principal tese dos pesquisadores aponta para um observatório astronômico a céu aberto.

Acredita-se que indígenas do século X observavam o Sol e seus ciclos, mapeando seu movimento no céu e utilizando essas informações para prever os períodos de chuva e seca na Amazônia. Pesquisadores evitam comparar o conjunto de grandes rochas fincadas no solo, conhecido como o “Stonehenge da Amazônia”, com o famoso e milenar Stonehenge do Reino Unido, embora ainda haja muitos mistérios.

Descobertos em 2000 por moradores locais no topo de uma colina, esses monumentos ancestrais, datados por volta do ano 1000 pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Lepa), se tornaram um patrimônio histórico do Brasil.

Esse monumento é um local único no Brasil e na Amazônia. Eu acho que a nossa ideia, como pesquisadores, é singularizar, para que isso tenha a ver com a identidade pertencente das populações indígenas que viveram e ainda vivem no Amapá”, disse o pesquisador Lúcio Costa Leite, gerente do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do Iepa, à Folha de São Paulo