Luiz Roberto reage e bota o pé no segundo turno
Nem algumas pesquisas de opinião pública, aquelas que manipulam e contradizem seus próprios resultados, conforme interesses dos seus patrocinadores, já não conseguem esconder que o candidato a prefeito Luiz Roberto Santana (PDT) vem se transformando no grande azarão dessa campanha. Ele começou puxando a cachorrinha, lá atrás, no fim da fila, mas foi crescendo, crescendo, ultrapassou a candidata Yandra Moura (UB) que até então vinha sendo muito badalada como a mais provável adversária da candidata Emília Correia (PL), no segundo turno, e agora já se posiciona estatisticamente como o real adversário da incontestável lider das pesquisas das eleições municipais, em Aracaju.
As confiáveis Pesquisas Tracking, aquele monitoramento estatístico diário feito pelos coordenadores e marqueteiros de todas as campanhas, para efeito de consumo interno, confirmam Luiz Roberto ultrapassando Yandra e até se aproximando muito de Emília.
E parece ter lógica esse novo cenário política, em Aracaju.
Em primeiro lugar por que, apesar de inicialmente desconhecido, Luiz Roberto representa com clareza o prosseguimento da eficiente gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, a força política do grupo liderado pelo governador Fábio Mitidieri e constitui no conjunto do seu agrupamento um histórico perfil ideológico de centro-esquerda em contra-posição a uma extremada representação da direita bolsonarista, as candidaturas de Emília e Yandra.
É fato que Luiz não chega a ser um representante puro da esquerda lulista, mas ainda assim será tudo o que a histórica esquerda sergipana terá, no segundo turno, diante do fracassado projeto do PT dividido entre as picuinhas do senador Rogério Carvalho e o ministro Márcio Macedo.
Pobre Candisse de Lula.
Luiz Roberto fez história como servidor público concursado, aposentou-se da Petrobras, atuou como secretário de obras da prefeitura de Aracaju e do governo do estado, reunindo ao longo do tempo bom conhecimento dos problemas da cidade, boa capacidade de gestão, projetos realizáveis em seu plano de governo e vem demonstrando, na sua comunicação política, competência e experiência administrativas.
Viveu turbulências funcionais em sua carreira, sim, mas ao final saiu-se bem na justiça e, hoje, parece realmente estar apto para encarar com sucesso uma futura gestão na prefeitura de Aracaju.
Os contratempos na vida pública de Luiz Roberto não são nada de grave diante das escandalosas e escabrosas trajetórias de outros políticos bem conhecidos, aliás, de alguns desses seus mais ferozes e odientos adversários da atualidade.
Se Luiz Roberto vier a ser prefeito de Aracaju, é claro, que seus líderes e companheiros de jornada como Edvaldo Nogueira, Fábio Mitidieri, Jeferson Andrade, Zezinho Sobral e Laércio Oliveira - entre outros - terão prestígio e influência política em sua futura gestão.
Se Danielle ganhasse, o senador Alessandro Vieira também influiria politicamente na gestão.
Com Niully lá, os Boulos também seriam grandes.
Puras relações politicas, institucionais e republicanas, naturalmente
E segue a dança
Se a deputada federal Yandra Moura viesse a se eleger prefeita, a maior influência sobre as aplicações dos recursos públicos seria, naturalmente, do seu líder, o seu pai André Moura.
Com Candisse na prefeitura, a grande influência sobre a destinação do tesouro municipal, seria do seu líder, o seu marido Rogério Carvalho.
Com Emília prefeita, o líder Edivan Amorim estaria na área.
Nada além do conhecido horizonte da política desses grandes profissionais da política.
Mas, como o povo de Aracaju está sempre atento aos acontecimentos e não parece nada besta - os próprios tracking’s já estão sendo reveladores - as novas pesquisas de intenção de voto confirmam na
na mídia a preferência popular por uma disputa, no 2o turno, entre a vereadora Emília Correia e o ex-secretário Luiz Roberto.
Esses dois, dizem os analistas políticos, representariam o mais saudável e democrático embate eleitoral esquerda/direita, bem como um enfrentamento direto e civilizado entre duas candidaturas que estão legalmente e moralmente constituídas.
E mais: o sempre surpreendente e imponderável fator voto-útil também começou a entrar em ação.
Na reta final das eleições municipais de Aracaju, os eleitores que em princípio prefeririam Danielle Garcia (MDB), Niully Campos (PSOL) e a própria Candisse Lula (PT) como prefeitas, percebendo agora que essas candidatas não têm chances reais de se elegerem, estão migrando seus votos para os teoricamente viáveis candidaturas de Luiz Roberto (PDT) e Emília Correia (PL).
Luta de gigantes.
A síntese eleitoral desse momento, portanto, seria mesmo essa dupla dinâmica Emília/Luiz Roberto.
“Estes são os nossos melhores ou os nossos menos piores candidatos a prefeito de Aracaju, nesse momento ” - parece anunciar em alto e bom som, através de sentimentos, intuições e pesquisas, a sempre sábia e politizada população de Aracaju.
Pegou a visão, mano?
É isso aí.
*Sávio Silveira, professor