A plataforma social de Elon Musk já enfrenta um declínio acentuado na base de usuários. Um novo relatório do Financial Times revelou que o X perdeu quase 20% de seus usuários diários nos EUA e um terço no Reino Unido.

As mudanças abruptas implementadas por Musk desde a aquisição, como demissões em massa e alterações nas políticas de conteúdo, têm sido apontadas como as principais causas desse êxodo.

No entanto, um ponto chama ainda mais atenção: o discurso de ódio e o extremismo ultraliberal de Musk em suas redes sociais. “Esse êxodo tem sido particularmente evidente na Grã-Bretanha, tendo ganhado tração desde que Musk começou a postar coisas como ‘a guerra civil é inevitável’ durante os motins que eclodiram durante o verão”, destaca o estudo.

A perda de usuários não se limita aos mercados onde a plataforma foi banida, como por exemplo, o Brasil. Mesmo em países com legislação favorável, o X enfrenta uma retração em sua base de usuários.

O relatório se baseou na pesquisa da SimilarWeb, empresa líder em análise de dados da web, apontando para uma possível desaceleração no crescimento do X. Ao comparar os números de usuários ativos diários entre maio de 2023 e setembro de 2024, a pesquisa indica uma tendência de estabilização ou leve queda no tráfego da plataforma.

A SimilarWeb, sendo uma empresa de dados externa, não tem acesso aos dados internos da X. As informações da pesqusa se baseiam em estatísticas de tráfego da web, incluindo sites móveis, mas não abrangem a atividade dentro dos aplicativos oficiais da X para iOS e Android.

Embora alguns dados sobre o número de usuários do X sejam confidenciais, a legislação europeia de serviços digitais (DSA) obriga as plataformas a divulgar determinadas informações. Graças a essa transparência, os dados da SimilarWeb, que indicam uma redução no número de usuários do X, são confiáveis. Em cumprimento à legislação da União Europeia, o X publicou no último mês dados atualizados sobre o uso de sua plataforma.

Os dados revelam que o Reino Unido perdeu 2,4 milhões de usuários ativos nos últimos 12 meses, representando uma retração de 30%. A tendência se repete nos Estados Unidos, com uma redução de cerca de um quinto na base de usuários.