Calor extremo: aumento de 6º C pode levar brasileiros à morte, diz presidente do Ibama

Publicado em 29/09/2024 as 12:20

Nesta quinta-feira (26), o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, concedeu uma entrevista à Rede TV, onde enfatizou a necessidade urgente de o Brasil agir para conter as queimadas e a crise climática. Segundo ele, o Congresso Nacional tem uma grande responsabilidade nesse momento.

“Há vários projetos tramitando para dar uma proteção maior para o Cerrado. O que se precisa obviamente é que se tenha esse olhar, um olhar sobretudo conciliatório. Ninguém está dizendo que é para parar de produzir. O que a gente quer é um bom planejamento do nosso território e que as nossas áreas mais importantes obviamente sejam preservadas até para nossa própria sobrevivência”, declarou.

Também climatologista, Agostinho enfatizou que a preservação dos biomas é crucial não apenas para o presente, mas também para garantir um futuro mais resiliente a esses impactos que já estamos assistindo.


Quanto mais ambiente natural nós temos, mais resiliente vamos ser para as mudanças climáticas. Precisamos ter muita responsabilidade, porque as mudanças climáticas não são reversíveis no curto prazo”, completou.

Muito além dos 1,5ºC

“Todas as modelagens mostram que a faixa tropical, entre os trópicos, a faixa localizada principalmente ao longo da linha do Equador, o aumento de temperatura, pode chegar a 6 graus”
O especialista também aponta que o país deve sofrer mais do que outras nações com os efeitos devido a uma combinação de fatores ambientais, de localização e ainda climáticos.

“Quando o mundo inteiro fala que a previsão era que em 2040 a gente chegasse a 1,5ºC de temperatura a mais, é um grau de temperatura média. Já estamos nos últimos 15 meses seguidos ultrapassando esse um grau e meio e quando fala 1,5ºC para as áreas tropicais, estamos falando de aumento que pode chegar a 6ºC. Isso para o Brasil inviabiliza estados brasileiros inteiros, é como se fosse impossível continuar sobrevivendo em alguns estados do Brasil”