Luciano Bispo, a 'bola da vez' ?

Publicado em 01/12/2021 as 14:10

Sergipe carece de homens com visão de futuro! Do começo deste milênio ao período atual, praticamente nada foi feito pela premissa da “expectativa futura”, do planejamento estratégico, a fim de apontar vocações econômicas e capacidades basilares para o desenvolvimento.

O Estado atravessa desde o início da década passada cenários de orçamentos limitados, investimentos pífios em infraestrutura e na geração de empregos, e ausência de políticas públicas em setores fundamentais como “educação para o trabalho” e “economia 4.0”.

Se é um grande erro pensar que a tecnologia já atingiu seu nível máximo, o desconhecimento do real diagnóstico situacional e a falta de estratégias para melhor execução, controle e prioridades – pesando também sobre isso uma crise econômica e política nacional –, é algo muito pior.

Neste tocante, o PDES (Plano de Desenvolvimento do Estado de Sergipe), elaborado pela Fundação Dom Cabral a pedido da Assembleia Legislativa, surge como um “ponto fora da curva” ao sugerir “um olhar de longo prazo para a economia”, com diretrizes quanto à governança, à gestão e à transformação digital, temas fundamentais num mundo cada vez mais qualificado.

A estratégia de uma gestão pública orientada para resultados, aumento da eficiência, melhorias da transparência, reformulação e reordenamento gerencial, ampliação do escopo de iniciativas proativas, com vistas a provocar um legado de desenvolvimento sustentável, foi urdida pelo deputado Luciano Bispo, presidente da Alese. Vem dele a iniciativa de elaborar o PDES.

Do ponto de vista político, o documento alça Luciano Bispo a um novo patamar, não apenas pelo fato inédito de entregar à sociedade um excelente conjunto de propostas para o crescimento do Estado, ação geralmente oriunda do Executivo e aprovada pelo Legislativo por meio de projetos, mas por vir agindo como “garoto-propaganda”, fazendo ele próprio a divulgação do plano.

Em palestras nas quais busca “promover uma discussão sobre o futuro de Sergipe, elencando as potencialidades de cada região”, Luciano Bispo faz a diferença em meio à política apequenada atualmente vigente, com os atores preocupados apenas em auferir cargos e benesses. O deputado, ao apresentar um modelo estratégico visando o futuro, projeta-se acima dessa balbúrdia.

Soa alvissareiro ouvir o presidente da Alese pontuar a importância de os gestores apostarem na tecnologia, a fim de modernizar a administração pública. Luciano Bispo assegura, com razão, ser plenamente possível modificar o presente e projetar o futuro, para assegurar investimentos do capital privado. Trata-se de um momento “novo”, de uma opção pela gestão estratégica.

A política também tem o seu “ponto de ebulição”. Algumas vezes, ele surge de uma situação inusitada, de um fogo de monturo, que pega a todos de surpresa. Luciano Bispo trafega bem entre os políticos e o empresariado, e no Judiciário. Tem experiência como gestor e, com o PDES, demonstra apego por processos qualificadores para viabilizar a administração pública.

Não será surpresa, portanto, que desse périplo nasçam desejos de ver um político tarimbado, bastante conhecido do eleitorado e com capacidade de liderança, surgir como a “bola da vez” no cenário sucessório estadual. Cabedal para fazer um bom governo, ele tem de sobra. Luciano Bispo ainda agrega um valor importante: é reconhecido por ser correto com os amigos.

*Pedro Valadares, jornalista