Deputados repercutem reabertura gradual do comércio em Sergipe

Publicado em 31/07/2020 as 15:23

A reabertura gradual do comércio e dos serviços considerados essenciais, a partir desta sexta-feira, 31 de julho, repercutiu entre os deputados. O anúncio foi feito no final da tarde da última quinta-feira, 30, pelo governador Belivaldo Chagas, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Despachos, após reuniões com integrantes do Comitê de Retomada Econômica (COGERE) e do Comitê Gestor de Emergência (CGE).

De acordo com o líder do Governo na Alese, deputado Zezinho Sobral (PODE), a retomada da economia é uma necessidade que fatalmente ocorrerá em algum momento.

“Precisamos ter a clareza de que primeiro se preserva a vida e depois se retoma a economia. O Governo do Estado iniciou o processo de reabertura, entendendo que a quarentena produz efeitos que podem levar a uma desobediência civil, ou seja, um motim civil, daqueles que por diversas razões não podem cumprir o isolamento social. Mas é melhor uma liberdade vigiada do que uma sociedade amotinada”, acredita.

Zezinho Sobral disse ainda que há uma necessidade da continuidade da atividade econômica como garantia de instrumento da vida.

“De garantia da cidadania, da preservação do emprego, da diminuição da fome, enfim, de todos os aspectos econômicos e sociais que se agrupam e que vêm pós pandemia, depois da preservação da vida, são uma realidade”, ressalta acrescentando que se a capacidade de UTIs e enfermarias dos hospitais públicos e privados está suportável, o estado deve começar a fazer as reaberturas necessárias, pois a covid-19 é uma doença que todos precisam aprender a conviver, a exemplo das demais endemias.

Prejuízos

A deputada Maria Mendonça (PSDB), disse ter recebido essa informação com muito otimismo.

“Sabemos da necessidade de garantir o devido isolamento social, mas ao mesmo tempo, víamos a angústia e o desolamento de inúmeros pais de família que estão com os seus empreendimentos fechados, impedidos de trabalhar e computando prejuízos ao longo desse tempo de pandemia. Isso, sem contar, com o fato de que muitos precisaram demitir funcionários por não terem condições de mantê-los, uma vez que, sequer, tiveram acesso a crédito”, entende.

Maria acrescentou que se os estabelecimentos permanecerem com as portas fechadas, todos estarão diante de um caos econômico e social sem precedente. “Esperamos que as pessoas se conscientizem da necessidade do uso de máscaras, de manter o distanciamento social para que essa retomada seja a mais tranquila possível, pois se faz necessária”, alerta.

Para a deputada Kitty Lima (CIDADANIA), o problema não está em abrir os estabelecimentos.

“Estamos todos na expectativa de aos poucos as coisas voltarem ao normal, porém está no fato de que o governo não demonstrou capacidade de dar a assistência necessária, ainda temos muitas reclamações de demora na regulação e o número de leitos de UTI divulgados pelo governo nem sempre batem com o que ministério da saúde informa”, enfatiza.

Saúde

A deputada Janier Mota (PL), informou que enquanto presidente da Comissão de Saúde da Alese, a primeira preocupação é com a saúde de todos.

“Mas é preciso reconhecer que chegamos num nível em que é preciso retomar a economia de alguma forma, pois as pessoas estão passando por muitas dificuldades. Claro que tudo com muita cautela e estudo, que é o que o governo está fazendo. Temos a continuidade do Plano de Retomada (fase laranja), que só dará certo com a colaboração de todos no uso obrigatório de máscaras e no cumprimento das demais normas de segurança”, alerta.

Janier ressaltou que em Sergipe já são mais de 30 mil curados e a população conta com 310 leitos de UTI e 599 de enfermaria. “Até o momento, estamos com a expectativa desse quantitativo ser aumentado. Então, com todo cuidado, vamos voltando a movimentar nossa economia”, complementa.

Setores parados

O deputado Dr. Samuel Carvalho (CIDADANIA), disse que a saúde deve ser primordial, mas é preciso entender que vários setores estão fechados por mais de três meses.

“Nós já tínhamos pedido a retomada da economia, o Governo demorou muito para fazer o decreto e os empresários já estavam pedindo socorro. É fácil viver quando se tem algo para receber todo final do mês, como nós homens públicos, mas para muita gente, as ajudas que chegam não suprem as necessidades básicas”, lamenta.

O deputado disse ter ficado feliz com o novo decreto determinando a abertura das igrejas, desde março venho lutando por isso. “Inclusive, na semana passada aprovamos o Projeto de Lei de minha autoria que determina a abertura dos templos religiosos. Que Deus possa nos fortalecer e que possamos passar por tudo com saúde”, espera.

Entenda

O Plano é formado por bandeiras, tendo iniciado pela cor Laranja, devendo avançar de acordo com o número de leitos de UTIs e enfermarias e do número de casos da Covid-19 (até ontem, 57.684).

O novo decreto diz que a partir desta sexta-feira, está autorizada a abertura de serviços reenquadrados como essenciais: fisioterapia, odontologia, terapia ocupacional, nutrição, psicologia, fonoaudiologia e podologia; somados a escritórios de prestadores de serviços e serviços em geral (publicidade, agências de viagem); operadores turísticos e atividades de treinamento de desporto profissional; lojas de calçados, confecções e utensílios.

As atividades religiosas, de qualquer credo ou rito, também já podem funcionar, desde que, com 30% de sua capacidade às terças-feiras, quintas-feiras, sábados e domingos, seja seguindo o protocolo sanitário.

Outros

Também na fase Laranja, podem voltar a funcionar as lojas de cosmético, livrarias, comércios de artigos de escritórios e papelaria, salões de beleza, barbearias e de higiene pessoal, todos os dias.

Quanto aos shopping-centers, o governador já se reuniu com representantes e disse estar avaliando, devendo ter uma posição até a próxima terça-feira, 4.

Leitos

A média móvel do Índice de Capacidade Utilizada dos Leitos Covid-19 é o principal indicador para a progressão do Plano de Retomada em Sergipe. No novo modelo, para passar de fase é necessário que a média móvel do Índice de Capacidade Utilizada dos Leitos Covid-19 na data de avaliação esteja estável ou em queda, havendo a margem de tolerância em 15% para mais e para menos. A duração mínima de cada fase é de 14 dias.

A flexibilização é possível por conta da abertura de novos leitos tanto de Unidade de Terapia Intensiva, quanto de enfermaria. Atualmente o estado chegou a 209 leitos de UTI exclusivos para tratar pacientes com Covid-19, com a expectativa de chegar a 236 leitos.

*Alese