Combate ao Aedes aegypti impacta na melhoria da saúde e na redução de gastos

Publicado em 12/06/2018 as 10:54

Aracaju é destaque nacional no combate às doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS), baseados no Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), colocam o município sergipano como uma das três capitais a atingir um índice de infestação satisfatório,o que significa que não devem enfrentar problemas ou riscos de surtos para dengue, zika e chikungunya. O impacto direto de alcançar resultado de tal magnitude é o número menor de casos confirmados de doentes e o consequente gasto reduzido em tratamentos.

O investimento no trabalho intersetorial e contínuo fez a capital sergipana registrar o melhor resultado dos últimos 11 anos. Até maio, apenas 15 casos das três doenças relacionadas ao Aedes aegypti foram confirmados, contra 60 no mesmo período do ano passado, uma redução de 75%.

Se forem comparados os casos confirmados em todo o ano de 2017 com o ano anterior, há uma diferença ainda mais acentuada. No primeiro ano da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, 205 casos foram registrados, uma redução de aproximadamente 89% quando comparado com 2016, que apresentou 1.815 confirmações.

O Governo Federal possui como diretriz a realização de três LIRAa por ano. Em janeiro, por conta do verão, em março, com a chegada do período de quadra chuvosa, e em novembro, escolhido para preparar o meio ambiente para o ano que virá. No entanto, na capital sergipana esse levantamento é intensificado. “Desde 2008, no primeiro ano da antiga gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, nós optamos por realizar o levantamento seis vezes, a cada dois meses, pois é uma ferramenta que nos permite mapear os locais e combater a proliferação e desenvolvimento dos mosquitos de acordo com a especificidade da região, instruindo nossos profissionais e direcionando nossas campanhas”, explica Taise Cavalcante, diretora de Vigilância em Saúde.

As ações planejadas com base nos dados colhidos e feitas intersetorialmente são o alicerce para a diminuição no número de infectados, reduzindo drasticamente os óbitos relacionados às doenças transmitidas pelo vetor.

Redução de impacto econômico

Além de salvar vidas, o esforço contínuo de combate ao Aedes aegypti reduz de maneira importante os gastos públicos que seriam necessários no caso de uma epidemia. Uma pesquisa realizada pela Sense Consultoria e publicada no Jornal Brasileiro de Economia da Saúde (JBES) aponta que somente em 2016 as doenças transmitidas pelo vetor causaram ao Brasil um prejuízo de R$ 2,3 bilhões, em um impacto na ordem de 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O estudo leva em consideração os custos de combate ao mosquito (como a aplicação de larvicidas e inseticidas), os custos para diagnóstico e tratamento médico, além de custos indiretos como a perda de dias de trabalho e a consequente perda de produtividade. É agravante o fato de que os gastos discriminados são apenas emergenciais.

Desta forma, a Prefeitura de Aracaju demonstra que o planejamento é a melhor maneira de evitar possíveis transtornos. Assegurar a conquista de um baixo risco de epidemia é vantajoso financeiramente e logisticamente, pois menos profissionais são mobilizados para conter a epidemia, menos gastos laboratoriais se fazem necessários para confirmações de prognósticos médicos, menos leitos serão ocupados por cidadãos e, além disso, menos trabalhadores precisaram ausentar-se dos seus respectivos postos de trabalho.