Bolsonaro ataca Datafolha, retoma pautas 'lunáticas' e diz que focará nos pobres

Publicado em 03/10/2022 as 09:17

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou para o segundo turno da eleição presidencial no segundo lugar, com 43,5% dos votos, fez seu pronunciamento sobre o resultado no pleito e já iniciou a conversa com os jornalistas batendo em duas teclas: focar nas camadas mais pobres da população e atacar os institutos de pesquisa.

“Entendo que há uma vontade de mudar da população, mas tem certas mudanças que podem vir para pior. A gente tentou durante a campanha mostrar esse outro lado, mas parece que não atingiu a camada mais importante da sociedade... Analisamos... E nós vencemos a mentira hoje, que tava o Datafolha dando aí 51% contra 30 e poucos... Então vencemos a mentira, e temos um segundo tempo pela frente, onde tudo passa a ser igual pra cada lado, o tempo passa a ser igual... E agora nós vamos mostrar pra sociedade brasileira, principalmente pras camadas mais afetadas da população brasileira, que a consequência do “fica em casa, a economia a gente vê depois”, é consequência de uma guerra lá fora, de uma crise hidrológica também, e tenho certeza que vamos poder mostrar melhor pra essas camadas da sociedade que as mudanças que por ventura alguns querem pode ser pior”, disse o candidato à reeleição.

Momentos depois, quando jornalistas tentaram fazer algumas perguntas sobre “vencer a mentira das pesquisas”, Bolsonaro já adotou o tom conflituoso habitual e começou a interromper e dar “patadas” nos repórteres. Ele comentou ainda sobre a bancada do PL, que aumentou no Congresso, sobretudo no Senado, onde será a maior.

Por fim, Bolsonaro voltou a reforçar suas pautas “lunáticas”, falando de “Foro de São Paulo”, dos “presidentes de esquerda” que “acabaram” com os países latino-americanos onde governam, do MST, de demarcação de terras indígenas e liberação de drogas, mostrando que o discurso sobre comportamento e conservadorismo prevalecerá em sua campanha de segundo turno.

Sobre buscar eventual apoio de partidos e candidatos derrotados no primeiro turno, o postulante de extrema direita evitou falar, mas não negou que conversas podem ocorrer com todos.

*REVISTA FÓRUM