Moraes responde ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral: ‘internet deu voz aos imbecis’

Publicado em 15/05/2022 as 07:52

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes respondeu neste sábado uma série de ataques que o sistema eleitoral tem sofrido por parte do presidente Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores.

Durante o Congresso Brasileiro de Magistrados, que ocorre neste sábado (14), em Salvador (BA), Moraes, que vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições 2022, afirmou que a democracia vai permanecer no Brasil e que o pleito será realizado com "transparência e urnas eletrônicas".

Vamos garantir a democracia no Brasil com eleições limpas, transparentes e por urnas eletrônicas. Em 19 de dezembro, quem ganhar vai ser diplomado, e o poder judiciário vai continuar fiscalizando e garantindo a democracia", disse Moraes.

Moraes voltou a criticar as milícias digitais e afirmou que elas atuam contra a democracia por meio de fraudes. "As milícias digitais produzem conteúdo falso, notícias fraudulentas, e têm o mesmo ou mais acesso que a mídia tradicional".

Para o ministro do STF, as milícias digitais têm por objetivo colocar em dúvidas o trabalho da imprensa e com isso atacar a democracia. "A internet deu voz aos imbecis. Hoje qualquer um se diz especialista, veste terno, gravata, coloca painel falso de livros [no fundo do vídeo] e fala desde a guerra da Ucrânia até o preço da gasolina, além de atacar o Judiciário. Como não dá para atar o povo, começaram a atacar os instrumentos que garantem a democracia".

Em outro momento, Moraes afirmou que o Judiciário não vai abaixar a cabeça. "De quatro em quatro ano tem eleições, e essas milícias digitais sabem disso. O poder Judiciário não pode e não vai se acovardar, eu tenho absoluta certeza disso. O poder Judiciário não pode e não vai se acovardar perante essas agressões", disse.

Além disso, Moraes também afirmou que todos aqueles que compõe o Judiciário tem obrigação de defender a democracia. "Cada um de nós, isso não é só o Supremo Tribunal Federal, não são só os tribunais superiores, cada um de nós magistradas e magistrados, cada um de nós tem a sua responsabilidade para garantir que o país continue essa democracia", afirmou o ministro.

*Revista Fórum