Ronnie Lessa é alvo de operação contra rede de bingos; delegado é preso

Publicado em 10/05/2022 as 10:06

A Operação Calígula, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), investiga nesta terça-feira (10), uma rede de jogos de azar acobertada por policiais e explorada pelo bicheiro Rogério de Andrade e pelo PM reformado Ronnie Lessa, que é réu pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes.

Cinco pessoas foram presas até o fechamento da reportagem, entre elas o delegado Marcos Cipriano. Outra investigada é a delegada Adriana Belém. Na casa dela, a força-tarefa apreendeu cerca de R$ 2 milhões em espécie.

Agentes cumprem no total 29 mandados de prisão e 119 mandados de busca e apreensão. Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Vivendas da Barra
Um dos endereços visados é a casa de Ronnie Lessa no Condomínio Vivendas da Barra, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem um imóvel. O presidente não é alvo da operação.

Pelo menos dois bingos foram estourados pela força-tarefa.

Segundo as investigações da força-tarefa do MPRJ sobre o atentado à vereadora, Rogério e Ronnie abriram casas de apostas e bingos em diversos estados pelo menos desde 2018.

O MPRJ afirma que a quadrilha “estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos, principalmente ligados à segurança pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro”.

“Nesta esfera, integrantes da quadrilha, membros da Polícia Civil, mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo de Rogério”, destacam os promotores.

“Oficiais da PM serviam de elo entre o grupo e batalhões de polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo”, afirmam ainda.

*Com informações do G1