Fogo de monturo na sucessão

Publicado em 09/03/2022 as 10:16

Quando do nada aparece, à nossa vista, uma simples e tênue fumaça no pátio ou no campo a primeira ideia que aquilo ali é besteira, nada a temer, tá tudo bem.

Ledo engano.

O velho e tenebroso fogo de monturo, aquele incendiozinho maroto e rasteiro que prospera escondido sob peças velhas, coisas usadas, jogadas sacanas e asquerosas, logo se dissipará por conta própria.

É aí que mora o perigo.

Quando menos se espera, tcham, o parquinho pega fogo e incendeia.

Fogo de monturo é barra pesada.

Nos bastidores da política, Edvaldo tá sempre tocando fogo na reputação de Rogério e Rogério, por seu turno, vai jogando gasolina no vasto monturo de Edivaldo.

Velha raposa rabugenta, Edivaldo tá sempre fustigando a vida de Fábio Mitidieri e Fábio, apenas um bom menino, vai catando garrancho no mato para furar, na hora certa, o zabumba do zabumbeiro alagoano.

Jackson também tá sempre queimando.

Queima Rogério, Laércio e até Belivaldo.

E Belivaldo, se fazendo de besta, finge que não vê nada, quando na verdade acompanha com atenção a performance do monturo ardente dos pré-candidatos e está pronto para oportunamente usar extintor ou combustível.

Depois, alguém que sentir alijado, não reclame, quando estiver de fiofó ardendo.

O fato concreto dos fatos é que, mesmo parecendo profunda contradição, a sucessão se resolveria tranquilamente se o governador Belivaldo e o senador Rogério readquirissem o juízo e voltassem a conversar.

Seria bom para todos os envolvidos no processo sucessório, mas, melhor ainda, seria ótimo para Lula, para Sergipe e para o Brasil.

*Pedro Valadares, jornalista