Alerta: O mistério que envolve novo vírus capaz de afetar o cérebro humano

Publicado em 14/09/2024 as 15:54

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Microbiologia de Pequim, na China, encontrou um novo vírus, que adoece o cérebro e causa graves sintomas. O primeiro paciente infectado foi um chinês que foi picado por um carrapato.

O caso foi relatado em um artigo publicado no New England Journal of Medicine.

Batizado de "vírus de zona úmida" ou WELV, foi detectado em um paciente de 61 anos, hospitalizado na cidade de Jinzhou, depois de ter febre, dores de cabeça e vômito cerca de cinco dias após visitar um parque do interior da Mongólia, uma região quente e úmida, o que explica o nome. O homem contou que foi picado por carrapatos durante o passeio.

Os antibióticos utilizados para tratar o paciente não deram resultado. Por isso, os médicos acharam não era infecção por bactéria. Exames de DNA e RNA realizados com o sangue do paciente concluíram que se tratava de um tipo antes não identificado do ortonairovírus.

A doença causada pelo WELV

Depois disso, os pesquisadores resolveram colher exames em todos os pacientes que apresentaram quadros de febre na região. Resultado: mais 20 pessoas testaram positivo. Três delas também tinham sido infectadas com outras doenças provocadas por carrapatos ao mesmo tempo.

Dessa forma, os cientistas tiveram condições de determinar um quadro mais completo que pode ser causado pelo WELV: febre, das dores de cabeça, vômito, mal-estar, dores nas costas, náusea, diarreia, artrite, inchaço de gânglios linfáticos e petéquias, além de coágulos e danos a tecidos.

O paciente que apresentou o quadro clínico mais grave acabou em coma devido à infecção, além de fluido acumulado ao redor do cérebro e da medula espinhal. Apesar da gravidade, todos foram tratados com sucesso e receberam alta entre 4 e 15 dias depois da internação.

Infecções fatais

Os pesquisadores injetaram o WELV em ratos de laboratório para acompanhar como as infecções se desenvolvem. Os resultados foram alarmantes: algumas cobaias não sobreviveram e o vírus prejudicou vários órgãos, inclusive o cérebro.

Portanto, o estudo concluiu que o vírus afeta, principalmente, o sistema nervoso. Porém, fica nítido que ainda não se conhece o suficiente a respeito do patógeno.

“Melhorando a vigilância e detecção dos ortonairovírus que surgem permitirá um melhor entendimento do efeito que estes vírus podem ter na saúde humana”, ressaltaram os cientistas.