Bolsonaro encaixou mais de 2,5 mil militares em cargos comissionados

Publicado em 02/08/2021 as 09:12

A participação dos militares no governo de Jair Bolsonaro é cada dia maior. Desde a campanha, o presidente anunciava que encheria sua gestão de integrantes das Forças Armadas. E vem cumprindo à risca.

Em março de 2021, havia nada menos do que 2.673 militares ocupando cargos comissionados em 70 órgãos do governo federal, de acordo com reportagem de Lucas Marchesini, no Metrópoles.

Esse contingente é responsável por grande parte da burocracia estatal, em setores que vão além do Ministério da Defesa e incluem de Saúde à Educação, do Meio Ambiente à Economia.

O total de militares no governo representa 18,3% dos 14,6 mil cargos comissionados que constam no cadastro de servidores em março de 2021. Do total de militares hoje no governo, 598 são da reserva e 2.075, da ativa.

Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado no mês de julho, apontou que o número de militares no governo Bolsonaro em cargos em comissão passou de 1,9 mil em 2018, último ano do governo de Michel Temer (MDB), para 2,6 mil em 2020, o que representa aumento de 36,8%.

E não para por aí. Além dos cargos comissionados, a participação dos militares no governo chegou a quase 6 mil.

PEC

A deputada federal, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), protocolou em 14 de julho, Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que regula a participação de militares da ativa em cargos civis/políticos.

Perpétua obteve o número necessário de assinaturas para dar entrada na PEC e, com apoio de parlamentares dos mais diversos partidos, pretende, segundo ela, “resguardar as Forças Armadas dos conflitos normais e inerentes à política”.

De acordo com a deputada, a ideia é fortalecer o caráter da Marinha, do Exército e da Aeronáutica como instituições permanentes do Estado, não de governos.

*Revista Fórum