Governador Alessandro Vieira vem aí

Publicado em 29/05/2021 as 17:14

O delegado Alessandro Vieira deu um show nas eleições de 2018, bateu velhos generais da política sergipana e elegeu-se senador da república, brilhantemente. Ganhou com a cara e a coragem.

Como senador iniciante, Alessandro não está indo mal, coleciona altos e baixos, é verdade, mas ninguém pode desconhecer que se trata de um político novo, íntegro e com boas ideias na cabeça.

A falta de experiência legislativa e uma agenda às vezes mais voluntariosa que conceitual, atrapalham um pouco o seu desempenho. Mas que o cara é foda, ah, isso é.

O senador Alessandro Vieira se mantém politicamente longe de Bolsonaro e distante de Lula. Anda em caminho próprio, em via alternativa.

Se fosse senador por um estado grande, com grande potencial econômico e grande expressão eleitoral, já teria sido lembrado até como candidato a presidente da república.

Alessandro Vieira joga bem pelo meio, ataca e defende com precisão e eficiência e, claro, marca lá seus gols decisivos. O time dele é bom.

Segundo as pesquisas, cerca de 40% da população ainda se declara indecisa ou em busca do candidato ideal para consolidar sua intenção de voto.

Alessandro tem cara, tem jeito e conteúdo para representar a terceira via, inclusive aqui no estado como candidato a governador.

No chinelo

Agora com a sua muito boa atuação na CPI da saúde, ele vai ganhando mais visibilidade e maior respeitabilidade.

Nesse quadrado aí tem deixado pra trás o seu colega de CPI, senador Rogério Carvalho, como se diz nos boxes do automobilismo simplesmente “... no chinelo”.

Alessandro estuda os assuntos, se prepara adequadamente para as discussões mais técnicas, exibe bom conteúdo em suas exposições, debate firmemente e respeitosamente com seus interlocutores. Mostra até muita maturidade para um jovem estreante no parlamento nacional.

O nosso velho Rogério, por seu turno, continua o mesmo: bem intencionado, bom de briga na foice e no martelo, mas instável e variante no campo da civilidade social e democrática. Essa semana, ao vivo e em cores pela Tv Senado, quase esganou a doce e competente Maria Cloriquina.

É isso, cada um tem seu jeito, seu estilo e suas características.

Governador

Quem quiser, portanto, que pense que a oposição não terá um candidato forte a governador nas próximas eleições.

O candidato Alessandro Vieira vem aí e vem com força, entra na briga pra valer aproveitando-se do desgaste de alguns líderes petistas relacionados com antigos casos de corrupção e dos bolsonaristas pelos sucessivos exemplos de maluquice e má administração do seu tosco líder.

Essa sua nova e positiva exposição na mídia nacional, aliás, com imensa repercussão aqui no estado de Sergipe, vai ajudar o senador Alessandro na junção de lideranças para a formação de um bloco politico competitivo e, por conseguinte, na conquista dos votos que poderão levá-lo ao segundo turno.

E chegando ao segundo turno, só não ganhará as eleições, em 2022, se Belivaldo e Rogério se entenderem e mantiverem a unidade do forte grupo governista que lideram.

Fala-se na mídia local que Rogério, Ulices e Luciano Bispo já estariam conversando nas alcovas e preparando a mesa do entendimento com Belivaldo e Edivaldo, Laércio, Fábio e Jackson Barreto, na sala de jantar.

Se o senador Alessandro Vieira vier a ser o novo governador, tudo bem. Faz parte. É do jogo democrático.

Mas, nessa hipótese, seria um governador solitário brigando lá em cima por recursos federais para Sergipe que dificilmente chegariam.

Entretanto, um governador - como Ulices Andrade, só a título de exemplo - com Rogério em Brasília, ao lado do presidente Lula, seria muito bom para Sergipe e para os sergipanos nesse momento.

Essa turma toda aí, junta, inclusive reforçada por André Moura e outros bons captadores de recursos federais, seria capaz de fazer Sergipe dar um grande salto para o futuro, apesar das atuais e imensas dificuldades.

Não importa muito quem vier a ser o governador, pois sem nova matriz econômica, já que o nosso petróleo está em franca e definitiva decadência, somente muitas verbas conseguidas por prestígio pessoal e alinhamento político, financiaria um novo projeto de desenvolvimento do estado e nos salvariam de uma nova e iminente tragédia social.

Mas, e se o Bolsonaro der no couro e ganhar a reeleição ? Bom, aí vai ser foda... Trataremos disso noutro comentário.

*Pedro Valadares, Jornalista