Bolsonaro volta a falar em “fraude” na eleição com tom de ameaça: 'Só Deus me tira daquela cadeira'

Publicado em 08/05/2021 as 14:29

Em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada na manhã deste sábado (8), o presidente Jair Bolsonaro voltou a demonstrar que teme uma derrota na eleição de 2022 ao ventilar a possibilidade de fraude e defender o voto impresso.

Como já fez outras vezes, o presidente deu declaração em tom ameaçador: “Só Deus me tira daquela cadeira”.

“Estamos lutando pelo voto auditável, voto impresso, para que se afaste as suspeitas de fraude, pra que a gente pode melhorar. Legislativo, executivo e judiciário”, disse.

Em outro momento do bate-papo, o titular do Planalto admitiu que tem gente melhor que ele, mas que o “destino” quis que ele fosse presidente. “A população está acreditando no governo. Tem gente melhor que eu? Tem. Mas quis o destino (…) Tem eleições ano que vem. Muita gente boa que pode ser candidato vê o quadro e diz ‘não quero ocupar esse meio’. Então, os ruins ocupam esse meio”, atestou.



O presidente ainda atacou a Globo, chamando a emissora de “curral cheio de esterco”, e criticou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as omissões e ações do governo no combate à pandemia, a CPI do Genocídio. Segundo Bolsonaro, a comissão “só fala em cloroquina”, medicamento sem eficácia contra a Covid que ele empenhou dinheiro público para a produção e divulgação.

O ex-militar, ao longo da conversa, revelou que mandou todos os seus ministros gravarem um vídeo afirmando que tomaram o remédio. “O cara que é contra [a cloroquina] não dá alternativas. Tenho certeza que alguém aqui tomou hidroxicloroquina. A gente vai fazer um vídeo nesta semana, os 22 ministros. Todos aqueles que tomaram hidroxicloroquina vão falar: eu tomei. É a alternativa no momento. ‘Ah, não tem comprovação científica’. Mas não tem cientificamente dizendo o contrário também”, declarou.

O presidente também falou que já há um nome cotado para indicar ao Supremo Tribunal Federal (STF), repetiu que será um ministro “terrivelmente evangélico” e ficou fantasiando sobre as sessões da Corte começarem a ser abertas com uma oração.

*Revista Fórum