Rogério surfa na crista da onda

Publicado em 17/04/2021 as 14:28

O senador Rogério Carvalho (PT) ganhou essa semana um grande impulso à sua provável candidatura ao governo do estado de Sergipe, nas eleições de 2022. Ele tem agora a certeza absoluta que Lula será candidato a presidente da republica, em face de ter readquirido seus direitos políticos com a definitiva anulação das condenações da Lava-Jato de Curitiba, pelo STF.

E com Lula elegível e podendo ser candidato a presidente, o PT fica mais forte em todos os estados, viabilizando candidaturas de deputados, senadores e governadores por todo o país.

Em Sergipe, Rogério passa de simples azarão à condição de favorito na próxima disputa eleitoral parece estar surfando na crista da onda.

Valor da Palavra

Somente o conselheiro do Tribunal de Contas, Ulices Andrade, é dado como páreo respeitável em uma eventual disputa com Rogério Carvalho, pelo governo do estado.

Ulices tem um bom histórico político, passa muita confiança a seus interlocutores por suas ideias modernas, estilo moderado e conciliador, por sua reconhecida integridade e “por ser considerado por todos da classe política como um homem de palavra” - disse essa semana em um vídeo que bombou na internet o ex-deputado, ex-presidente da Assembleia Legislativa e conselheiro aposentado do TCE, o radialista Reinaldo Moura.

Os demais pré-candidatos - prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT) e deputados Fábio Mitidieri (PSD) e Laércio Oliveira (PP) não teriam a menor chance contra o “rolo-compressor” de Rogério Carvalho - dizem alguns pesquisadores e comentaristas políticos de Aracaju.

Todos Governistas

Esses nomes - Rogério, Ulices, Edvaldo, Fábio e Laércio - são todos integrantes da base aliada do governador Belivaldo Chagas e, por enquanto, travam uma guerra surda nos bastidores.

Em situação privilegiada, Rogério diz que não abrirá mão dessa sua especial oportunidade de candidatar-se ao governo com base na sólida estrutura partidária que tem no estado, na força estratégica do seu mandato de senador em Brasília e agora também por conta do grande prestígio eleitoral que Lula dará ao seu projeto político.

E mais: se Rogério for candidato a governador e vier a perder a eleição, voltará automaticamente a ocupar o seu cargo de senador por mais 4 anos.

Isso não acontecerá com seus dois principais adversários: Ulices Andrade e Edivaldo Nogueira teriam que renunciar aos seus respectivos cargos de conselheiro do tribunal de contas e prefeito de Aracaju se quiserem ser candidatos a governador.
Uma vantagem e tanto.

Na Oposição

No bloco da oposição, como provável candidato a governador, apenas o senador Alessandro Vieira (Cidadania) aparece com chances de vitória.

Por isso, à luta intestinal no corpo da situação é tão dura e intensa.

Se houver um entendimento, o escolhido terá tudo para se eleger, mas se houver divisões e rompimentos entre esses aliados, a eleição de 2022 certamente irá para o segundo turno e, no segundo turno tudo pode acontecer, inclusive uma vitória do candidato da oposição, senador Alessandro Vieira.

Rogério X Ulices

O entendimento ou o rompimento entre os candidatos da situação ocorrerá inevitavelmente nas próximas semanas.
Não há mais tempo para nada.

Ou Rogério convence Ulices a indicar seu filho, deputado Jeferson Andrade, como seu candidato a vice-governador ou Ulices convence Rogério a indicar sua esposa, jornalista Candisse Matos, como sua candidata a vice-governadora.

Ponto final, eleição praticamente resolvida, entendem os analistas políticos da mídia.

Conforme saiu na mídia digital essa semana, os nomes examinados a quatro chaves nos bastidores são esses, mas, claro, podem ser substituídos por outros que igualmente representem os mesmos projetos e interesses das principais lideranças governistas.

O que dificilmente mudará é equivalência político-eleitoral dos dois principais protagonistas desse jogo, Rogério Carvalho e Ulices Andrade.

Quanto aos outros pre-candidatos, bem: “...os outros são os outros e só” - cantarola um influente líder desse grupo divertindo-se ao som de um velho sucesso da banda Kid Abelha.

*Pedro Valadares - Jornalista