Partido tira Gadêlha da direção municipal do Recife após ele insistir em candidatura

Publicado em 15/09/2020 as 22:51

O PDT tirou o deputado Túlio Gadêlha da direção municipal do partido no Recife, depois que ele resolveu manter sua candidatura à prefeitura da capital pernambucana. A direção nacional do partido quer que a legenda componha chapa com o PSB. O candidato pessebista é o deputado federal João Campos, filho do ex-governador e ex-presidenciável Eduardo Campos. A chapa já tem apoio de MDB, PP, Republicanos e outros partidos.

Na sexta-feira (11), Gadêlha anunciou que que desistia de sua candidatura à prefeitura. A ideia do partido é costurar o maior número de alianças municipais possíveis neste ano com o PSB. Isso já preparando uma possível coligação com vistas à candidatura presidencial de Ciro Gomes em 2022.

Seu grupo queria, no entanto, indicar o enfermeiro Rodrigo Patriota para vice de Campos. Patriota é crítico da atual gestão do PSB na cidade e já liderou atos pedindo melhores condições de trabalho. “Queríamos que eles fizessem uma autocrítica”, afirmou o deputado à Fórum.

Mas o nome não foi aceito. O presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, anunciou que a candidata a vice-prefeita seria a ex-vereadora Isabella de Roldão. Diante disso, Gadêlha voltou atrás e na última segunda-feira (14) anunciou que iria manter sua pré-candidatura. A convenção é nesta quarta-feira (16).

Segundo Lupi, a direção municipal recifense era, na verdade, uma comissão provisória. “A comissão é provisória e pode ser trocada a qualquer momento. A Executiva estadual já fez a troca”, afirmou ele à Fórum. Quando questionado se ela não tinha seguido a orientação nacional do partido, de compor a chapa com o PSB, ele respondeu que era isso.

Via judicial
Gadêlha disse à Fórum que o grupo destituído da direção municipal do PDT no Recife entrou com mandado de segurança para reaver os cargos. Ele confirma que era uma comissão provisória, conforme prevê o estatuto, mas que tem vigência de três meses. “Se tem vigência definida, como pode ser provisória e ser destituída a qualquer momento?”, questiona.

Se sua candidatura não for homologada na convenção, o deputado disse que pretende apoiar apenas os candidatos a vereador que fazem parte de seu grupo. Segundo ele, foram lideranças que se aproximaram do partido ao longo da construção de sua candidatura. “Discutimos um projeto para a cidade”, afirma.

E nega que vá endossar a campanha de Campos, do PSB: “Faço política programática, não pragmática. Não tenho condição subir em palanque de alguém que não acredito”, finalizou.

*EBC