'E agora, presidente?': Janaina Paschoal exige demissão do ministro do Turismo

Publicado em 14/04/2019 as 11:08

A deputada estadual Janaina Paschoal (SP), uma das recordistas em votação do PSL, partido de Jair Bolsonaro, exigiu neste sábado (13) ao presidente a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Ele é acusado pela deputada estadual Alê Silva (PSL-MG) de liderar um esquema de candidaturas laranja no partido. A parlamentar mineira chegou a pedir proteção policial na Polícia Federal, pois estaria sendo ameaçada de morte por Álvaro Antônio.

“Todo meu apoio à Deputada Federal Alê Silva. E agora, Presidente? O Ministro do Turismo fica? A Deputada Federal eleita também estaria mentindo? Exijo a demissão do Ministro! Não tem que esperar conclusão de inquérito nenhum!”, tuitou Janaína.

As denúncias indicam que Álvaro Antônio teria comandado um esquema, durante a campanha eleitoral do ano passado, em que recursos expressivos eram destinados a candidaturas femininas sem que houvesse, de fato, campanhas que demandassem tanto dinheiro. Essas candidatas mulheres serviriam como “laranjas” para que esses recursos fossem repassados a assessores do gabinete do ministo, que à época era deputado federal. Esquema semelhante teria ocorrido no diretório do PSL em Pernambuco.

O ministro do Turismo nega as acusações.

Para a deputada estadual paulista, uma eventual exoneração de Álvaro Antônio não significaria uma atribuição de culpa, mas “apenas um sinal de que o Presidente se importa com as mulheres de seu partido”.

“Telefonei para a Deputada, que não para de chorar! Como é que pode uma situação dessas e o Presidente não tomar providências?”, questionou Janaína.

Farpas contra o próprio partido

Tida como uma das “estrelas” do PSL e cotada, inclusive, para ser vice de Jair Bolsonaro durante a campanha no ano passado, Janaina Paschoal não tem poupado críticas a Bolsonaro e ao seu próprio partido.

Também no sábado (13), mais cedo, Janaina revelou que há planos para mudar o nome do partido de PSL (Partido Social Liberal) para PCL (Partido Cristão Liberal). A professora de Direito, no entanto, não gostou da ideia pelo fato de o “C”, segundo ela, ser associado ao “comunismo”.

“Todos sabem que sou favorável às candidaturas avulsas (independentes de Partidos). Mas, por enquanto, a lei exige que eu esteja atrelada a um Partido, sob pena de perder o mandato. Pois bem, sendo assim, digo logo que sou contra trocar o nome do PSL para PCL. Eu sei que o C significaria Conservador, mas, historicamente, o C remete a Comunista. Era só o que me faltava!”, escreveu.

Em outro tuíte, a deputada estadual prosseguiu e intensificou a crítica, cheagando a comparar seu próprio partido ao PT, agremiação que sempre fez ferrenha oposição. O motivo seria o fato de Jair Bolsonaro, na sexta-feira (12), ter decidido interferir na decisão da Petrobras e recuar no aumento do diesel, o que fez com que a bolsa registrasse queda de 8%.