Urna não é pinico!

Publicado em 20/09/2024 as 13:26

A política brasileira virou um verdadeiro circo dos horrores, com candidatos tão imbecilizados que o cidadão comum já tem certeza: somos todos tratados como completos idiotas. Em São Paulo, temos o candidato blogueiro, achando que a cadeira da prefeitura é prêmio de reality show. Enquanto isso, o candidato apresentador já pulou uma fase do jogo e meteu uma cadeirada na cabeça do infeliz. Já Bolsonaro, que cada vez mais parece uma sombra do passado, tenta surfar na marola dos ignóbeis, como se ainda estivesse na crista da onda.

Na minha terra, o espetáculo não fica atrás. No interior, um certo "Pato" condenado foi absolvido, condenado de novo, só porque desviou uns trocados do matadouro. Coitado! Só quer reinar no pé da serra, ué. Em Laranjeiras, temos o caso épico do “De Bala”, que levou mais de 8 milhões da saúde e da ação social, foi condenado e mandado devolver o dinheirinho, além de ficar inelegível por cinco anos. E o que faz o sujeito? Continua concorrendo e ainda se dá ao luxo de dizer nas redes que tudo não passa de fake news, chamando a justiça de mentirosa. É mole?

Na capital, os candidatos esqueceram que política é feita com propostas. Eles deixaram o debate no ponto morto. A Delegada, por exemplo, ainda não explicou por que quer deixar a polícia no meio de uma crise de violência para se meter na política. E ninguém pergunta sobre os casos que ela resolveu. Será que resolveu algum? Já a Jornalista do PT, que ontem era do senador e hoje virou do presidente, esqueceu que a política precisa de pautas. Agora, com todo o seu media training, desfila caras e bocas, tentando parecer inteligente e preparada.

Tem também a candidata que promete passagem grátis para todos no transporte urbano. Mas até agora não disse de onde vai tirar esse dinheirão. Talvez já saiba que não vai ganhar, então promete qualquer coisa. Daqui a pouco concorre com o maluco de São Paulo e propõe um teleférico passando por cima da cidade ou um prédio de 500 metros, por que não?

A Jovem Deputada Federal conseguiu um feito curioso: um número expressivo de votos só dela, porque quando menciona o pai, ninguém quer votar. E ainda tem que carregar o vice, o Beli, nas costas. Até agora, ninguém perguntou por que um ex-governador milionário quer ser vice-prefeito. Qual será o interesse do homem?

Já a “Boneca de Pano do Sítio”, coitada, não sabe se é casca ou caroço. Candidata do pior agrupamento político de Sergipe, cercada pelos irmãos e apoiada por Valdemar Costa Neto e Bolsonaro... Só isso já é motivo suficiente para não confiar nela.

De todos esses candidatos, ninguém ainda explicou direito o que pretende fazer na gestão da nossa capital. Será que nem eles sabem?

Nos resta o candidato do Prefeito Edvaldo, que, convenhamos, foi um dos melhores gestores que a cidade já viu. Pode até ser meio anti-político, mas sabe fazer política como ninguém. Não foi à toa que chegou quatro vezes ao comando da prefeitura. Obras espalhadas por todo canto e, até ontem, 75% de aprovação. Agora, do nada, estão dizendo o contrário. Ele teve tempo e dinheiro para fazer, e fez.

Mesmo que eu não simpatize com a pessoa, não posso negar o trabalho. E quem estava ao lado dele esse tempo todo? Luiz, que conhece a gestão e a cidade como poucos. Acho que Luiz ainda não entendeu que a política é questão de comunicação. Basta ele contar o que sabe e o que pode fazer, que os castelos de areia dos outros candidatos vão desmoronar rapidinho. Fazendo isso, ele chega fácil ao segundo turno.


Miguel Lins, professor