Rússia diz que Sputnik V estará à venda para a América Latina em dezembro

Publicado em 20/10/2020 as 01:08

A vacina russa Sputnik V poderá ser entregue a países da América Latina em dezembro deste ano. A informação foi dada em entrevista nesta segunda-feira (19) do economista russo Kiril Dmitriev, diretor do Fundo de Investimento Direto, entidade estatal que patrocinou o desenvolvimento do imunizante criado pelo Centro Gamaleya de Moscou.

“Vamos produzir mais dezenas de milhões de doses da vacina até dezembro, e poderemos começar o fornecimento já na primeira semana de janeiro”, assegurou o economista, ao portal russo RT.

Segundo Dmitriev, “em dezembro já seremos capazes de entregar (a Sputnik V) para países da América Latina, Europa Oriental e Ásia. Tendo em vista alguns países que já nos contactaram e que estão interessados no produto”.

A matéria afirma que países que participaram da terceira fase de testes da vacina russa, como Venezuela, Bielorrússia e Emirados Árabes, já possuem acordo para recebê-la.

No caso da Venezuela, a vice-presidenta desse país, Delcy Rodríguez, afirmou que haverá produção de doses da Sputnik V em Caracas, informação confirmada por Dmitriev e pelo RT.

O governo estadual da Bahia também assinou acordo com a Rússia para receber 50 milhões de doses da Sputnik V, mas ainda não há certezas sobre quando esses lotes chegariam e quando se realizaria a vacinação.

 a dose real e quais tomaram o placebo.

E ela precisa passar nesse teste para ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e liberada para aplicação na população.

Os voluntários são todos trabalhadores da área da saúde. O coordenador-executivo do comitê estadual para o coronavírus, João Gabbardo, afirmou que os protocolos de segurança em meio a esse público, como uso de equipamentos de proteção, estão mais rígidos. Além disso, declarou que a velocidade de contágio no estado de São Paulo está menor. “Com isso, a possibilidade de infecção está menor”, afirmou.

Assim, o teste está com mais “dificuldade” de chegar aos 61 infectados para atestar se a vacina é eficaz. Isso atrasa sua liberação.

Covas disse que os 16 centros de pesquisa que estão participando do teste estão recrutando mais voluntários, sempre da área da saúde, para aumentar os testes e até a possibilidade de que a doença seja contraída por eles, para que o teste chegue mais rapidamente aos 61 infectados.

Segurança
Na entrevista desta segunda-feira, os resultados dos testes de segurança da CoronaVac foram apresentados.

Entre 9 mil voluntários de sete estados, 35% tiveram efeitos adversos, e a dor no local da aplicação foi a queixa mais comum: 19% tanto na primeira quanto na segunda doses. As reações de grau mais grave não foram constatadas. Apenas 0,1% teve febre, baixa, segundo o governo estadual.

Para Covas, do Butantan, esse resultado mostra que a CoronaVac é segura para ser aplicada.

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“As outras reações foram insignificantes do ponto de vista estatístico. O mais frequente foi dor de cabeça, que pode ter relação com vacina ou não. Os outros sintomas foram muito baixo”, afirmou Covas. “Portanto é a vacina mais segura não só no Brasil, mas no mundo.”

Um quadro foi apresentado na coletiva, mostrando os nomes científicos das doses em testes neste momento no mundo e o percentual de voluntários que teve alguma reação. Nele, a CoronaVac é a que aparece com menor porcentagem de casos de reações.

Guerra das vacinas
Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia dado uma declaração dando conta de que a vacinação contra Covid-19 não será obrigatória no país. A medida se contrapõe ao anunciado por Doria na última sexta-feira (16), de que no estado de São Paulo ela será, sim, obrigatória.

“Tem um governador aí que se diz médico do Brasil e quer vacinar todo mundo”, afirmou o presidente.

Confrontado a essa declaração, Doria ironizou, dizendo que “agradecia” a menção de Bolsonaro.

“Gostaria de agradecer ao presidente Bolsonaro que me qualificou como médico do Brasil”, afirmou o tucano. “Qualquer referência a mim nesse sentido me distingue, porque acredito na ciência e nos médicos”, disse. “Aliás, é o que temos feito aqui em São Paulo nos últimos nove meses, acreditar nos médicos”, finalizou.

Fabíola Salani
Fabíola Salani‌
Graduada em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou por mais de 20 anos na Folha de S. Paulo e no Metro Jornal, cobrindo cidades, economia, mobilidade, meio ambiente e política.

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Paulo Guedes (Divulgação/ Ministério da Economia)
“Essa história de matar índios e queimar florestas é um exagero”, diz Paulo Guedes
Em conferência virtual da Cúpula da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, Guedes também comemorou que o Brasil perdeu "apenas um milhão de empregos" durante a pandemia. Dados do IBGE, no entanto, apontam número 7 vezes maior

Por Plinio Teodoro
19 out 2020 - 14:33
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a política ambiental do governo Jair Bolsonaro em conferência virtual da Cúpula da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos nesta segunda-feira (19), disse que é “exagero essa história de matar índios e queimar florestas” e pediu ajuda “em vez de só criticar”.

Leia também: General Heleno é um “pistoleiro” e Salles um “Borba Gato”, diz Felipe Milanez sobre genocídio indígena

“Toda essa história de matar índios e queimar florestas é um exagero. Temos um ano e meio (de governo), não acredito que a Amazônia foi queimada em um ano e meio. Se há algo errado, esteve errado pelos últimos 30 anos”, afirmou.

Segundo ele, a narrativa parte de “pessoas que perderam a eleição”. “Há uma narrativa pelas pessoas que perderam as eleições de que o Brasil está matando seus índios e destruindo florestas… mas estamos tentando nosso melhor”.

Um milhão de empregos
Em seu discurso, Guedes ainda comemorou que o Brasil perdeu “apenas um milhão de empregos” durante a pandemia, referindo-se apenas às demissões de pessoas que tinham carteira assinada, que são registradas pelo Caged. No entanto, números da Pnad Contínua de julho, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que em apenas um trimestre, 7,214 milhões de brasileiros perderam o emprego. Em um ano, o total de postos extintos supera os 11,5 milhões.

*Revista Fórum