Com postura agressiva do EUA, Brasil não consegue comprar EPIs para covid-19

Publicado em 03/04/2020 as 11:03

ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou na tarde desta quinta (3) sobre a dificuldade que o Brasil tem enfrentado para obter os equipamentos de proteção individual (EPI) utilizados contra a pandemia de covid-19. Os EPIs permitem proteger todo o corpo de profissionais mais esposto à ação do coronavírus, como é o caso de médicos e outros trabalhadores da área de saúde, policiais, servidores públicos ocupantes de cargos estratégicos e todo aquele que é obrigado a trabalhar durante a pandemia por atuar em ramo de atividade essencial (serviços de água e luz, telecomunicações, abastecimento, jornalismo etc.).

Assim como ocorre com as máscaras, porém, a produção desses equipamentos especiais - que lembram "roupa de astronauta" - é centralizada na China e a alta demanda pelos diversos países que enfrentam casos de coronavírus e o aumento do preço dos produtos são barreiras para o abastecimento do estoque nacional.

Faltam não só EPIs completos como também máscaras e luvas, o que afeta o combate à covid-19 e eleva os riscos de infecção para o pessoal médico e paramédico encarregado de atender vítimas de outras doenças. "A máscara, a luva e o gorro também são usados para operar todas as urgências", disse Mandetta, a respeito dos procedimentos não relacionados ao coronavírus que seguem sendo atendidos pelo Sistema Único de Saúde.

Compras que não saíram do papel
O Ministro explicou que compras feitas pelo Brasil que tinham previsão de entrega para os próximos dias não foram concluídas em decorrência de fatores de mercado, sobretudo a alta demanda dos produtos chineses por parte dos Estados Unidos. "Só acredito na hora que estiver dentro do país e na minha mão. Tenho contrato, documento e dinheiro. Às vezes o colapso é quando tem dinheiro e não tem o produto. O mundo inteiro também quer. Tem problema de demanda hiperaquecida", afirmou ontem.

Em nota, o Ministério da Saúde reafirmou ao Congresso em Foco dificuldade de importar equipamentos - mesmo aqueles cuja compra já havia sido acordada. "Há uma demanda mundial por conta da pandemia, o que tem trazido escassez e dificuldades na produção e entrega desses insumos no cenário internacional, mesmo após a celebração de contratos", informa a pasta.

*Congresso em Foco