Igrejas cristãs e líderes políticos lamentam ataques no Sri Lanka

Publicado em 21/04/2019 as 11:07

As igrejas cristãs na Terra Santa expressaram hoje (21) pesar pelos ataques a igrejas e hotéis no Sri Lanka, que deixaram mais de 150 mortos e pelo menos 500 feridos.

"Que difíceis, irritantes e tristes são estas notícias, especialmente porque os ataques aconteceram enquanto os cristãos comemoravam a Páscoa", lamentou o assessor de líderes da Igrejas na Terra Santa, Wadie Abunassar, que transmitiu sua solidariedade "ao Sri Lanka e a todos os seus habitantes nas várias confissões religiosas e origens étnicas". "As igrejas rezam pelas almas das vítimas e pedem a rápida recuperação dos feridos", acrescentou em comunicado.

Segundo as autoridades do Sri Lanka, os primeiros seis ataques ocorreram por volta das 8h45 (horário local, 2h30 em Brasília). No momento das explosões, os templos católicos estavam celebrando o Domingo da Ressureição, uma das datas mais importantes do calendário cristão.

A capital, Colombo, foi alvo de pelo menos quatro explosões: em três hotéis de luxo e uma igreja. As outras duas igrejas atingidas ficam em Negombo, no oeste do país (região que abriga uma grande população católica); e em Batticaloa, no leste.

Poucas horas depois das seis explosões simultâneas iniciais, foram registrados mais dois atentados. Uma explosão atingiu um pequeno hotel em Dehiwala, um subúrbio de Colombo. Uma oitava explosão foi registrada em Dematagoda, outro subúrbio da capital, e atingiu uma residência.

O arcebispo de Colombo, cardeal Malcolm Ranjith, pediu que os autores dos ataques sejam punidos "impiedosamente". Ele disse que "apenas os animais podem se comportar assim" e fez um apelo para que o governo lance uma "investigação imparcial e forte".

Os ataques contra minorias religiosas no Sri Lanka vêm se repetindo desde 2018, quando o governo teve de declarar estado de emergência depois de confrontos entre muçulmanos e budistas.

No país, a população cristã representa 7%, enquanto os budistas são cerca de 70%, os hinduístas 15% e os muçulmanos 11%.

Atentados como estes não tinham acontecido no Sri Lanka desde a guerra civil entre a guerrilha tâmil e o governo, um conflito que durou 26 anos e terminou em 2009, e que deixou, segundo dados da ONU, mais de 40 mil civis mortos.

Manifestações

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que "o ódio religioso e a intolerância que se mostraram hoje de maneira tão terrível não devem vencer".

"É chocante que as pessoas que se reuniram para celebrar a Páscoa juntas tenham sido conscientemente visadas nesse ataque perverso", afirmou Merkel em mensagem ao governo do Sri Lanka publicado por uma porta-voz no Twitter.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também condenou os "odiosos" ataques. "Condenamos fortemente esses atos odiosos", escreveu ele no Twitter. "Solidariedade total com o povo do Sri Lanka e nossos pensamentos para todos aqueles próximos às vítimas nesta Páscoa."

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, condenou o que chamou de ataques "verdadeiramente chocantes". Também no Twitter, ela disse que os atos de violência contra as igrejas e hotéis no Sri Lanka são verdadeiramente aterradores. "Devemos nos unir para garantir que ninguém tenha que praticar sua fé com medo", acrescentou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, classificou os atentados como "cruéis e cínicos". Em telegrama de condolências enviado ao presidente do Sri Lanka, ele disse que Moscou continua sendo um parceiro confiável daquele país na luta contra o terrorismo internacional.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou condolências ao “grande povo do Sri Lanka”. “Nós estamos prontos para ajudar”.

*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)