Donald Trump retira Estados Unidos do acordo nuclear com Irã

Publicado em 08/05/2018 as 17:23

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje (8) sua decisão de retirar o país do acordo nuclear com o Irã. O alívio das sanções não será retirado de maneira imediata, mas em até 90 dias, podendo demorar mais que esse período - no total de 180 dias, prazo em que o país poderá negociar um novo acordo. Com a medida, ele cumpre uma promessa de campanha e isola os Estados Unidos no posicionamento contrário à manutenção do compromisso.

O pacto em 2015 foi celebrado após um compromisso do Irã em limitar suas atividades nucleares em troca do alívio nas sanções internacionais. Ao anunciar a decisão, Trump chamou o acordo de desastroso e disse que o "pacto celebrado jamais deveria ter sido firmado", porque não provê garantias que o Irã tenha abandonado mísseis balísticos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prepara para esta terça-feira (8) o anúncio sobre o acordo nuclear com o Irã. Ele divulgou a iniciativa na sua conta no Twitter: “Eu anunciarei minha decisão sobre o acordo do Irã amanhã da Casa Branca às 14h”, informou.

Desde a campanha eleitoral, Trump faz severas críticas ao pacto e o classificou como o “pior acordo da história”. O compromisso foi assinado em 2015 pelo antecessor Barack Obama e os líderes do Reino Unido, da França, da Alemanha, da China e da Rússia.

No acordo, foram reduzidas as sanções econômicas impostas ao Irã em troca de limitações ao programa nuclear do país do Oriente Médio. Os líderes mundiais temiam que o Irã usasse o programa para construir armas atômicas.

Em janeiro, Trump estendeu a suspensão das sanções, concedendo mais 120 dias aos países signatários do acordo ( Reino Unido, da França, da Alemanha, da China e da Rússia) para corrigirem o que chamou de “falhas terríveis”. O prazo termina no próximo dia 12.

Reações

Em reunião com Trump, no mês passado, o presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu uma composição para fortalecer o acordo anterior. No Congresso norte-americano, Macron fez um apelo evitar o abandono ao termos do acordo original.

Dias depois, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, foi a Washington para defender o pacto como primeiro passo que contribuiu para desacelerar o programa iraniano. Merkel disse ainda que, da perspectiva alemã, o acordo não é suficiente.

Nesta semana, o chanceler britânico, Boris Johnson, embarcou para os Estados Unidos com a tarefa de tentar persuadir o republicano. Em um artigo publicado, no domingo (6) no jornal The New York Times, Johnson defendeu que “somente o Irã se beneficiaria com o abandono das restrições feitas ao programa nuclear”.

Rejeição

Autoridades iranianas reagiram negativamente às eventuais mudanças nos termos assinados em 2015. No mês passado, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, afirmou que o Ocidente não tem direito de mexer no acordo nuclear.

Logo depois, o ministro de Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse que o Irã não “renegociará ou fará adições ao pacto implementado”.