Inaugurado em março de 2005 pela Prefeitura de Aracaju, o Centro de Artesanato Chica Chaves é um dos pontos do roteiro da Marinete do Forró e um importante local de visitação dos turistas que visitam a capital sergipana. Localizado no bairro Industrial, zona norte da capital, ele abriga o mais autêntico artesanato de Sergipe, produzido pelas próprias moradoras do local. Em junho de 2018, a Empresa Municipal dos Serviços Urbanos (Emsurb) realizou uma reforma que ampliou o espaço para receber os visitantes.

O aposentado Francisco Machado veio de Brasília (DF) e pela primeira vez conheceu o artesanato sergipano. “Achei interessante a demonstração dos trabalhos e a presença das artesãs que nos apresentam seus próprios produtos. Comprei uma pequena bolsa de lembrança para minha filha porque é um objeto bonito e útil. A arte sergipana é surpreendente e a princípio não conhecia o trabalho de bordado, de renda e estou aprendendo com o Nordeste que é a nossa paixão”, afirma.

Assim como Francisco, a assistente social Elisabete Hespanhol, catarinense em visita a Aracaju, não imaginava a que a arte sergipana fosse tão rica. Ela destacou o apoio dado pela Prefeitura de Aracaju após a reforma realizada no ano passado. “É muito legal esse espaço [ o Centro de Artesanato Chica Chaves] que reúne essa arte. O pessoal é muito receptivo e nos trata com carinho. Nós, turistas, só temos a agradecer à Prefeitura por proporcionar esse passeio [na Marinete do Forró] maravilhoso a todos nós. Vamos levar as melhores impressões, até porque o Centro de Artesanato é um espaço bem convidativo”, destaca.

Diferentemente de Elisabete e Francisco, a aposentada Adeni Nunes Varjão conhece bem Sergipe pois, além de ser natural do município de Malhador, a 49 km de Aracaju, sempre o visita. Um dos seus pontos de parada é o Chica Chaves. “A cada visita me apaixono mais por essa terra. Só mesmo Sergipe produz esse tipo de artesanato. Quando venho a Aracaju faço questão de vir até o Chica Chaves para apreciar as belezas do meu lugar”, afirma a aposentada que mostra com orgulho a capa feita de renda que havia comprado para sua garrafa d’água na galeria da artesã Letícia Alves dos Santos.

Artesãs orgulhosas

Após se aposentar como professora de educação especial, Letícia precisava de algo para fazer e viu no artesanato e no Centro de Artesanato Chica Chaves a oportunidade de ocupar seu tempo. “Não tenho nem palavras para descrever o que o Chica Chaves representa para mim. Apesar de ainda sentir um pouco de saudade da sala de aula, me sinto realizada com o artesanato e não consigo passar mais de três dias sem vir aqui”, afirma a artesã, que trabalha com costura criativa e produz necessaire, bolsas, jogo de cozinha, jogo de banheiro e bonecas de pano.

A artesã Denise Pereira Santana se emociona ao falar do Centro de Artesanato, onde comercializa peso de porta, crochê e bonecas de pano. E, graças a um dos programas de capacitação da Fundação Municipal para o Trabalho (Fundat), Denise aprendeu sobre artesanato e possui uma galeria no Chica Chaves desde 2005.

“Estou aqui desde o início e vi quando tudo isso começou. Para todas nós artesãs é um espaço importante para acomodar e mostrar nosso trabalho e que nos enche de orgulho”, afirma.

Foi aos sete anos que Noêmia Maria das Chagas Mendonça se apaixonou pelo crochê, arte que aprendeu ainda criança. Depois veio a paixão pela pintura nos desenhos das toalhas que sua mãe fazia para vender. Posteriormente, ela também aprendeu a fazer bonecas de pano.

“Hoje recebi pessoas que ficaram encantadas com nossos trabalhos. Elas não conheciam e se surpreenderam, pois pensavam que nossos produtos eram caros e perceberam que não são. O Chica Chaves é algo muito bom porque tive a oportunidade de produzir meu próprio artesanato e mostrar esse meu trabalho. Me sinto muito feliz aqui”, afirma.