Diretor diz que museus são importantes na identidade de um país

Publicado em 19/05/2019 as 07:05

Na semana em que se comemora o Dia dos Museus, o diretor-geral da Pinacoteca de São Paulo, Jochen Volz, destacou, em entrevista, a importância dessas instituições na construção da identidade do país.

“A gente entende que o principal é mostrar como não há uma ideia de identidade sem uma ideia de cultura ou de memória. Se queremos que exista um processo de identidade brasileira, paulistana ou paulista, precisamos entender que isso só existe enquanto a gente tem educação, cultura e arte”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil.

O designer gráfico Eduardo Lopes, 24 anos, concorda com Volz. Para ele, um museu é também, além do retrato e do reconhecimento de um povo, a ilustração da história do país e a projeção de seu futuro. “Com a arte, a gente aprende o que a gente foi, o que o país foi e consegue ver também o futuro. Aprende com as obras e vê o que aconteceu. Antigamente, eles registravam tudo pela pintura, pela arte, pela fotografia. Acho isso importante para a gente reconhecer quem é, quem é o povo e qual a nossa cultura. E, com isso, a gente cresce”, disse ele, ao visitar uma exposição na Pinacoteca durante a Semana Nacional de Museus.

Anualmente, a Pinacoteca recebe meio milhão de visitantes em seus dois prédios em São Paulo. Fundado em 1905, é o museu mais antigo da cidade. O acervo original da Pinacoteca, que dá ênfase à produção brasileira do século 19 até os dias de hoje, foi formado com a transferência de 20 obras do Museu Paulista da Universidade de São Paulo - incluindo nomes importantes como Almeida Júnior, Pedro Alexandrino, Antônio Parreiras e Oscar Pereira da Silva. Com o passar dos anos, a Pinacoteca formou um acervo significativo, que conta hoje com cerca de 10 mil obras.

Semana Nacional de Museus

Para comemorar a data, o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) criou a Semana Nacional de Museus, que este ano entra em sua 17ª edição. Só no estado de São Paulo, 211 instituições participam da ação, entre elas a Pinacoteca, que promoveu visitas guiadas à exposição interativa e temporária Ernesto Neto: Sopro.

“Para nós, a Semana Nacional é importante porque dá foco aos museus em geral e, talvez, pela articulação, atraia um público que normalmente não acompanha a programação da mesma forma. É uma plataforma para pensar sobre o papel dos museus, da memória, da arte e da cultura dentro da sociedade”, disse Volz. “Fazemos uma programação especial, mas, na verdade, ela [a semana] serve muito mais como um convite para acompanhar nossas programações especiais, que acontecem 52 semanas, atraindo grande público, todos os anos”, ressaltou.

Ernesto Neto

Com curadoria de Jochen Volz e Valéria Piccoli, a exposição Ernesto Neto: Sopro é uma retrospectiva que reúne 60 obras de um dos nomes mais proeminentes da escultura contemporânea. Desde o ínicio de sua carreira nos anos 1980, o artista vem produzindo obras que colocam em diálogo o espaço expositivo e as diversas dimensões do espectador.