E agora, quem poderá nos salvar?

No cenário político da Terra dos Cajueiros dos Papagaios, as coisas estão mais embaralhadas do que um jogo de cartas com um grupo de pombos treinados. Com uma esquerda sem rumo, uma direita medíocre e extremistas de plantão, a situação política é mais confusa do que explicar por que um papagaio sem asa e sem bico é um bicho útil.
Enquanto o Palácio Inácio Barbosa está mais infestado do que um formigueiro durante a época das chuvas, o Alcaide Edvaldo Nogueira parece tocar a administração como se estivesse tentando domar uma zambumba teimosa. Negociar com os vereadores virou quase um espetáculo à parte, especialmente agora que o esperto, articulado e rico André Moura está na parada, perturbando a gestão mais do que cupins em um palácio abandonado.
Ele lança a candidatura de sua filha Yandra, deputada federal que parece disposta a fazer barulho na já tumultuada cena política. Pois ele precisa criar um núcleo na capital com uns 50 mil votos para ter a sua candidatura ao senador assegurada, já que o interior já estar dominado.
O prefeito, agora, precisa desviar dos encrenqueiros de plantão, vereadores já acertados pelo André Moura, que só querem se dar bem e ajudar ao chefe maior. Nogueira terá que negociar e se comunicar melhor com os vereadores, que agora estão mais alinhados com os interesses do esperto Moura. A estratégia de Edvaldo de colocar um candidato tão pesado quanto um elefante obeso parece não estar surtindo efeito. Talvez seja hora de reconsiderar e mudar a tática antes que a eleição vire um circo maior do que já é.
Enquanto isso, o senador Laercio parece ter feito um doutorado em "Como Cancelar Sergipe", votando apenas em benefício próprio e de sua classe. Além de querer transformar o estado em sua empresa de terceirização. Agora ele aposta no Rei da Festa Fabiano Oliveira, que tem passagens pela Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores, o senador parece estar mais preocupado em criar confusão e se dá bem do que em resolver os problemas do estado.
O PT, sempre dividido como as capitanias hereditárias, enfrenta um dilema entre o poderoso Rogério, que quer sua esposa como candidata, e o Ministro Márcio, que está negociando a candidatura de Eliane Aquino. O namoro entre eles e Fabinho Mitidierre parece estar indo bem, enquanto a Delegada e deputada federal Katarina Feitosa é apenas uma cortina de fumaça para pressionar Edvaldo. E não podemos esquecer da figura de Zezinho Sobral, que está esperando pacientemente sua vez de entrar na luta, como quem espera a sopa esfriar.
A oposição, por sua vez, está mais perdida do que delegados sem viatura, sem ser nem situação, nem oposição. Parece que perderam a chave da delegacia da história e estão vagando em busca da delegacia mais próxima.
A vereadora Emília parece não confiar mais nem mesmo em seus parceiros, especialmente após experiências passadas com o Pato das Cebolas e seus seguidores.
No meio dessa confusão toda, todos parecem ter esquecido do eleitor, da história da capital sergipana, uma história de esquerda e do contato direto com o povo. Com discursos vazios e o medo de perder a boquinha no poder, resta apenas uma esperança: votar no Chapolin, o herói atrapalhado que talvez consiga dar uma sacudida nesse cenário político mais confuso do que o roteiro de uma novela mexicana
*Silveira Savio, professor