Impunidade e alerta para novos desastres marcam três anos do crime de Brumadinho

Publicado em 25/01/2022 as 15:19

Nesta terça-feira (25), completa três anos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), crime da Vale S.A. que até hoje segue sem punições. Mais de 940 mil pessoas foram atingidas, 272 morreram – 264 corpos foram resgatados e 6 permanecem desaparecidos – e a bacia do rio Paraopeba foi altamente contaminada.

Uma ação penal que apura a responsabilidade pelo caso ainda corre na Justiça brasileira. Dezesseis pessoas são acusadas pelo crime de homicídio, entre elas ex-diretores da Vale e executivos da empresa alemã Tüv Süd, responsável por atestar a segurança da barragem que se rompeu.

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT-MG), que integrou a Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o crime da Vale, afirma que os maiores avanços foram a organização popular das comunidades atingidas pelo crime, a realização das CPIs na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal e a aprovação da legislação sobre segurança dos barragens, conhecida como Mar de Lama Nunca Mais.

“Em Minas Gerais, o crime compensa”
No entanto, a parlamentar é categórica ao afirmar que, em Minas Gerais, “o crime compensa”. Segundo ela, até hoje as mineradoras não são tratadas com rigor e distanciamento por parte do poder público e o acordo de reparação da Vale, feito junto ao governo Romeu Zema (Novo), dá à empresa o controle da execução financeira da maior parte dos recursos.

*REVISTA FÓRUM