Festival em barco de luxo reúne 60 pessoas no Rio Negro, em Manaus

Publicado em 07/04/2021 as 20:11

Há menos de três meses Manaus passou por um dos momentos mais difíceis desta pandemia causada pelo novo coronavírus, com infectados morrendo em hospitais por falta de oxigênio. Nem essa terrível lembrança impede que pessoas se arrisquem, como as que foram presas numa festa clandestina realizada dentro de uma embarcação na noite de ontem (06), no Rio Negro. Pelo menos 70 participantes estavam aglomeradas no barco desde a última sexta-feira (02) e acabaram presas numa operação articulada pela Polícia Civil do Amazonas.

O diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), Bruno Fraga, explicou que a ação iniciou após denúncia anônima sobre a festa.

“Existe risco de contágio desta doença que vem assolando a população amazonense. Iniciamos as diligências junto com a equipe do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e a Força Especial de Resgate e Assalto (Fera). Flagramos várias pessoas na festa, sem máscaras e consumindo bebidas. Serão conduzidas à Delegacia Geral e será feito o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em relação a todos que estavam praticando essa aglomeração que possibilitava risco de contágio”, explicou Fraga.

Conforme o diretor do DPI, boa parte dos frequentadores da festa é de estrangeiros. “A festa acontecia desde a sexta-feira e ocorreria até hoje (ontem). Eles alegam que fizeram testes de Covid-19, mas não temos provas disso e tudo será esclarecido na delegacia”, completou a autoridade.

O diretor do Grupo Fera, delegado Juan Valério, informou que as pessoas que estavam na embarcação ainda passaram por comunidades indígenas ribeirinhas que poderiam ter sido contaminadas pelo vírus.

“O Grupo Fera fez a abordagem e subimos no barco ainda em movimento. Fizeram tudo que é contrário às normas para evitar o Covid-19. Essas pessoas têm conhecimento, mas estão aqui. Tudo será devidamente apurado e os responsáveis pela festa já foram identificados. Tudo será devidamente apurado”, concluiu o diretor do Fera.

O delegado comentou ainda que os participantes da festa passaram por comunidades indígenas durante os cinco dias de evento, sem a preocupação com o risco de disseminar a Covid-19.

Segundo ele, imagens que circularam em redes sociais mostraram a rotina dos participantes do evento. “Em mídias sociais nós vimos muitos estrangeiros, na época da cepa no Amazonas, todo mundo criticando. Nós sabemos da fragilidade dos nossos índios em contato com pessoas de fora, principalmente nessa época de pandemia”, comentou o delegado.

Os organizadores e os participantes do evento foram presos em flagrante e conduzidos, em micro-ônibus, até a Delegacia Geral, na Zona Centro-Oeste de Manaus.

*Revista Fórum