Governo diz que benefício de R$ 400 não pune idoso pobre, mas protege

Publicado em 22/02/2019 as 11:47

O secretário especial adjunto da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, declarou, nesta quinta-feira (21), em apresentação para economistas de bancos em São Paulo, que o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que reduz de um salário mínimo (R$ 998 em 2019) para R$ 400 os valores iniciais pagos a idosos “vai no sentido de proteger os mais vulneráveis”, disse.

“Na verdade, estamos antecipando o benefício pela vulnerabilidade desse cidadão. A condição que encontramos foi oferecer R$ 400 já aos 60 anos, o que dá um fôlego para essa pessoa. O efeito fiscal é negativo [gera mais despesa para o governo], mas a lógica da medida vai no sentido de proteger os mais vulneráveis”, disse Bruno Bianco, em apresentação para economistas de bancos em São Paulo.

Hoje o BPC é pago a partir de 65 anos, mas com a proposta passa a 60 anos.

A proposta foi uma das que causou mais protestos nas redes sociais e na imprensa. Até o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cujo partido é apoiador de primeira hora da reforma da Previdência, considerou “desumano” fazer com que idosos miseráveis só possam receber um salário mínimo integral após os 70 anos.

O adiamento do recebimento de um salário mínimo pelo BPC dos 65 para os 70 anos foi criticado pelos economistas presentes ao encontro, que viram na alteração um ponto polêmico para a aprovação da reforma no Congresso. A sugestão dada aos membros do governo foi manter o pagamento de um salário mínimo a partir dos 65 anos.