Exército coordena curso de reciclagem para policiais militares no Rio

Publicado em 12/04/2018 as 19:42

Uma turma com 130 policiais militares iniciou nesta semana um treinamento de reciclagem coordenado pelo Exército Brasileiro que pretende capacitar cerca de 500 agentes por mês. Os policiais passarão por 40 horas de aulas, que incluem treinamento de progressão em área conflagrada, patrulhamento, abordagens, manutenção de armas e munições, ética e direitos humanos.

A reciclagem começou por policiais do 14º Batalhão de Polícia Militar, que abrange em sua área de patrulhamento a Vila Kennedy, na zona oeste da capital. A unidade foi escolhida porque a comunidade recebeu as primeiras ações de estabilização determinadas pelo Gabinete de Intervenção Federal, que espera expandir a reciclagem priorizando batalhões que participam dessas operações. Até o final do mês, todos os policiais do batalhão devem passar pela reciclagem, assim como os das Unidades de Polícia Pacificadora do Batan e da própria Vila Kennedy.

Os conteúdos que serão transmitidos aos policiais foram selecionados pela própria Polícia Militar (PM). Antes dessa turma de 140 policiais, a corporação enviou PMs do Comando de Operações Especiais para participar do curso e se tornarem multiplicadores. Para esta turma e para as próximas, eles atuarão como monitores, acompanhando os militares do Exército na coordenação do curso.

O curso é semelhante ao que foi ministrado para militares que participaram na Missão de Paz no Haiti e das operações conjuntas de Garantia da Lei e da Ordem. Na ação aberta à imprensa na tarde de hoje, no Centro de Adestramento do Leste, na zona oeste do Rio, os policiais receberam instruções de como proceder em uma operação em área conflagrada, avançando contra criminosos hostis e protegendo moradores e pedestres do entorno. Os policiais passaram pela simulação ainda de como socorrer colegas feridos.

Segundo o porta-voz do Gabinete de Intervenção Federal, coronel Roberto Itamar, uma das intenções do treinamento é reduzir a letalidade em operações de segurança pública - seja ela de militares ou de civis. O porta-voz do Comando Conjunto de Operações, coronel Carlos Cinelli, explicou, apesar das semelhanças com operações de guerra, o treinamento não busca reciclar os policiais para combater inimigos, mas para coibir cidadãos brasileiros que estão cometendo crimes.

"O objetivo não é simular um campo de batalha nem combate ao inimigo. É trazer as habilidades do policial militar para uma simulação que possa ser o mais rica possível".