Maternidade em Sergipe presta serviço para vítimas de violência sexual

Publicado em 09/01/2018 as 13:57

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes vai além a suas funções, quando se preocupa, não só com os partos de risco, mas com o bom acolhimento para pessoas de ambos os sexos que chegam à unidade em diferentes situações. Uma delas são as vítimas de violência sexual. O serviço de atendimento a essas pessoas teve início no ano de 2003, na antiga Maternidade Hildete Falcão, e continua ativo na MNSL. Em 2017, foram contabilizados 288 atendimentos a pessoas violentadas sexualmente, sendo que 266 foram menores.

Para a coordenadora do Pronto Socorro da maternidade, Lourivânia Mello Prado, o índice de violência contra menores é alarmante. Segundo ela, a faixa etária mais molestada é de 2 a 10 anos de idade, sendo que na maior parte dos casos, a agressão é praticada por familiares. “A unidade funciona durante 24 horas para atendimento a vítimas desse tipo de violência, com uma equipe assistencial composta de médicos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e técnicos de enfermagem, preparados para realizarem atendimento com qualidade”, explicou a enfermeira.

O quadro que aponta 85% de crianças e adolescentes como vítimas de violência sexual, faz com que a equipe de profissionais da Nossa Senhora de Lourdes tenha uma mobilização maior para que esses jovens sejam acolhidos, recebendo não só apoio físico, mas psicológico. “Orientamos as vítimas a procurarem a polícia, prestando queixa e se submetendo aos exames que comprovam a agressão. Na maternidade é realizado o atendimento obedecendo os procedimentos padronizados pelo protocolo do Ministério da Saúde.

Denúncia e acolhimento 

No acolhimento, Lourivânia explica que o atendimento acontece independente da vítima fazer ou não o Boletim de Ocorrência (BO), ou passar pelo IML para que seja efetuado o exame de corpo de delito. “Apesar de atendermos, orientamos as vítimas a seguirem o procedimento correto. A ordem correta é que seja feito o BO e o exame no IML a depender do caso, e procurar imediatamente a referência do serviço de violência aqui na MNSL para seguimento do protocolo assistencial e apoio psicológico”, esclareceu a responsável pelo Pronto Socorro.

Ficar alerta também é muito importante para prevenir ou evitar maiores consequências da violência. É preciso seguir as orientações fornecidas pelo serviço de assistência; retornar às consultas com rigor; submeter-se aos exames necessários até no máximo 72h após ter sofrido a agressão; e utilizar os medicamentos prescritos pelo médico de serviço. Em caso de dúvidas, o paciente deve retornar à maternidade para esclarecimentos.

Acompanhamento – Assim que o paciente recebe alta, ele passa a ser acompanhado por um profissional, no caso, um psicólogo, que passa a ser referência para esse paciente. “È importante entender que esse profissional acompanha a vítima de violência dentro e fora da unidade, através das consultas de retorno. Buscamos atender de forma mais prolongada aos que precisam de um apoio mais especifico. O atendimento acontece em um período de seis meses a um ano”, concluiu Lourivania Prado.

Ainda visando orientar as vítimas de violência sexual e na tentativa de evitar novos casos, Lourivânia aconselha as pessoas a não se envolverem com estranhos. Que evitem andar em locais que sugerem falta de segurança.