Feira de Santana, uma graça infinita

Por: Nestor Amazonas

Publicado em 20/09/2017 as 18:45

Meu segundo umbigo foi enterrado em Feira de Santana. Foi lá que acordei para minhas virtudes e conheci meus pecados.

Morei lá entre 64 e 69, era natural respirar ares de liberdade, Feira sempre foi um reduto rebelde nos costumes e na política.

Ao contraponto da rigidez educacional de Prof. Nena, da Escola Rui Barbosa, tinha logo ao lado as aventuras do Ferro de Engomar e as cacimbas d' Os Olhos D'Água.

Mas foi na Brasilia que me firmei gente. Pro bem e pro mal. Na gíria da época, um índio da Brasília, Estrada do Boiadeiro até o Tomba. Foi lá que meu imaginário feminino foi formado : Fátima, Cristina, Sonia, Vânia, Fabíola, Celeste, Vera...e tantas outras.

Amei Feira e chorei por Feira, a Roda Viva me carregou prá longe mas as lembranças ficaram. Guardo em mim ainda os cheiros das noites de São João...balão-beijo, namoro na quadrilha e no portão...ah o perfume de nucas impúberas da paixão.

Devo muito a Feira, sempre digo que vou voltar, mas algo me impede. Covardia de quem teme o peso do tempo. Mas antes do final de ano vou sim, render meus tributos à cidade que me revelou e às pessoas que me formaram.

Feira...toda cheia de graça infinita, és do Norte a Princesa Altaneira...

 
 



Nestor Amazonas

Nestor Amazonas é jornalista, trabalhou nas emissoras da Rede Globo (SE/BA), Rede Manchete (PE/RJ e SP) e Grupo Abril.